O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta sexta-feira (04) uma resolução que estabelece uma comissão independente de especialistas para investigar as violações dos direitos humanos cometidas pela Rússia na invasão à Ucrânia, que Kiev alega serem crimes de guerra e contra a humanidade.
Pelo Twitter, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu. "Saúdo a criação da comissão internacional de inquérito para investigar os crimes de guerra da Rússia contra a Ucrânia. As provas serão documentadas e utilizadas nos tribunais internacionais. Os criminosos de guerra russos serão responsabilizados".
A resolução do Conselho de 47 nações foi aprovada por um placar de 32 votos a favor, 13 abstenções (incluindo China, Cuba e Venezuela) e apenas dois contra (a própria Rússia e a Eritreia).
"Sabemos quem são os criminosos de guerra e quem é seu líder supremo", disse a embaixadora da Ucrânia na ONU em Genebra, Eugenia Filipenko.
Ela enfatizou que conseguir que os responsáveis por abusos prestem contas "é a única maneira de garantir que isso não aconteça novamente em nenhum lugar do mundo".
Antes da votação, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que a Rússia tem atacado alvos civis, incluindo escolas, hospitais e áreas residenciais, e fez com que mais de 2 milhões de pessoas deixassem suas casas, fugindo para outras partes da Ucrânia ou para outros países.
Os três especialistas serão nomeados pelo presidente do Conselho (atualmente o embaixador argentino na ONU em Genebra, Federico Villegas) e relatarão os primeiros resultados de sua investigação na 51ª sessão do Conselho, agendada para o último trimestre deste ano.
Uma das missões da comissão será "identificar, na medida do possível, quais indivíduos ou entidades foram responsáveis por violações dos direitos humanos" na Ucrânia, a fim de garantir que sejam responsabilizados.
As investigações contarão com entrevistas, testemunhos de vítimas e material forense, entre outros, de acordo com o texto da resolução.
A resolução também condena "nos termos mais fortes possíveis" as violações dos direitos humanos cometidas pela Rússia em sua agressão contra a Ucrânia e pede "uma retirada rápida e verificável das tropas russas em todo o território" do país vizinho, incluindo suas águas territoriais.
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