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Guerra na Ucrânia

Zelensky ironiza Trump após fala sobre Crimeia “perdida”: “Emoções à flor da pele hoje”

No X, Zelensky compartilhou mensagem do Departamento de Estado da primeira gestão Trump defendendo a Crimeia como ucraniana (Foto: EFE/EPA/STRINGER)

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alfinetou nesta quarta-feira (23) o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, poucas horas após este ter afirmado que a península ucraniana da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, estava “perdida” e sequer faz parte das negociações de paz intermediadas pelos americanos.

Zelensky abordou o assunto numa postagem no X, após uma reunião ente representantes da Ucrânia, Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha em Londres.

“As emoções estavam à flor da pele hoje. Mas é bom que cinco países tenham se reunido para trazer a paz para mais perto: Ucrânia, EUA, Reino Unido, França e Alemanha. As partes expressaram as suas opiniões e acolheram respeitosamente as posições umas das outras. É importante que cada lado não tenha sido apenas um participante, mas que tenha contribuído significativamente”, escreveu Zelensky.

“O lado americano compartilhou a sua visão. A Ucrânia e outros europeus apresentaram as suas contribuições. E esperamos que seja precisamente esse trabalho conjunto que conduza a uma paz duradoura. Somos gratos aos nossos parceiros. A Ucrânia agirá sempre em conformidade com a sua Constituição e temos absoluta certeza de que os nossos parceiros, em particular os EUA, agirão em consonância com as suas fortes decisões”, acrescentou o presidente ucraniano.

Mais cedo, Trump havia criticado numa postagem na rede Truth Social uma declaração de Zelensky, na qual este garantiu que “a Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia” porque isso violaria a Constituição do país.

“Essa declaração é muito prejudicial às negociações de paz com a Rússia, visto que a Crimeia foi perdida anos atrás sob os auspícios do presidente Barack Hussein Obama e nem sequer é um ponto de discussão”, disparou Trump.

Na postagem no X, Zelensky deu outra alfinetada, ao publicar uma mensagem do secretário de Estado da primeira gestão Trump (2017-2021), Mike Pompeo, condenando a anexação da Crimeia pela Rússia.

“Em conjunto com aliados, parceiros e a comunidade internacional, os Estados Unidos rejeitam a tentativa de anexação da Crimeia pela Rússia e prometem manter essa política até que a integridade territorial da Ucrânia seja restaurada”, aponta o texto, publicado no site do Departamento de Estado americano em julho de 2018.

“Os Estados Unidos apelam à Rússia para que respeite os princípios aos quais há muito tempo afirma aderir e ponha fim à sua ocupação da Crimeia”, escreveu Pompeo.

O atual titular da pasta, Marco Rubio, desmarcou de última hora sua participação no encontro em Londres, alegando “dificuldades logísticas”.

Nesta quarta-feira, o vice de Trump, J. D. Vance, afirmou que o acordo de paz proposto pelos Estados Unidos exige que tanto Rússia quanto Ucrânia aceitem ceder territórios.

De acordo com o site americano Axios, a oferta de Trump para alcançar a paz na Ucrânia inclui o reconhecimento por parte dos EUA da Crimeia como parte da Rússia e o reconhecimento não oficial do controle russo de quase todas as áreas ocupadas no sul e no leste ucranianos desde a invasão de 2022.

Washington tem reafirmado que deixará de atuar como mediadora nas negociações entre Ucrânia e Rússia se avanços significativos rumo à paz não forem alcançados nos próximos dias.

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