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Com experiência em vídeos de tutorial, e recém demitido de um emprego,  Marlon começou a fazer vídeos para mostrar o dia a dia de um motorista do Uber. Virou  youtuber e empresário. | Arquivo pessoal/
Com experiência em vídeos de tutorial, e recém demitido de um emprego, Marlon começou a fazer vídeos para mostrar o dia a dia de um motorista do Uber. Virou youtuber e empresário.| Foto: Arquivo pessoal/

O que começou apenas como um bico acabou virando uma fonte de negócios para o empresário Marlon Luz, de 37 anos. Enquanto mantinha um emprego na área de informática da Microsoft, ele passou a atuar como motorista de Uber nas horas vagas, principalmente após o expediente. Poucos meses depois, em 2015, Luz perdeu o emprego e o trabalho no aplicativo virou sua principal fonte de renda. Percebendo algumas dificuldades dos outros motoristas, ele resolveu ir além: criou um canal no YouTube e abriu uma espécie de “pit stop” para os motoristas em São Paulo.

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O Ponto de Apoio Motorista Top começou no final do ano passado, na região da Vila Mariana. A proposta é simples: um contêiner onde os motoristas podem parar para descansar, ir ao banheiro, tomar um café e, principalmente, fazer uma limpeza no veículo – como passar aspirador e lavar os vidros – para que o carro se mantenha limpo o dia todo.

“Se você leva um passageiro e ele reclama porque não ficou contente com a higiene do carro, perde pontos na avaliação. Porém, conseguir parar em São Paulo pelo menos uma vez ao dia para limpar é complicado e sai muito caro”, explica Marlon. Foi por isso que ele teve a ideia do negócio, que hoje recebe entre 50 e 100 motoristas de aplicativos por dia, não apenas do Uber.

Youtuber empreendedor

A percepção dessa necessidade dos motoristas de aplicativo começou quando Marlon criou um canal no YouTube, o Canal Uber do Marlon, hoje com mais de 350 mil inscritos. Ele viu no canal uma forma prática e lucrativa de ganhar mais como motorista. Isso porque o Uber paga uma espécie de bônus para o condutor que indica novos motoristas, entre R$ 500 e R$ 700 por indicação. Então, Marlon passou a fazer vídeos e disponibilizar seu código para que outras pessoas que virassem condutoras avisassem que foi por causa dele. Chegou a ter 200 em apenas um dia. “Depois disso o aplicativo não gostou e cortaram meu código”, conta.

Mas o motorista – que faturava, em média, R$ 6 mil por mês só com as corridas – aproveitou a perda do bônus das indicações para empreender. Primeiro, usou seu canal para criar um curso ensinando estratégias de trabalho para motoristas de aplicativo. Eram várias dicas de como conseguir mais clientes como, por exemplo, ficar próximo a hotéis em horários de check-out, já que corridas até o aeroporto costumam ser mais longas e lucrativas. “Eu tentava entender como funcionavam as melhores corridas e passava a informação para os outros motoristas. Era uma espécie de estratégia de posicionamento. Assim eles conseguiam aumentar, em média, em 30% o seu faturamento”.

Além do curso, ele criou uma bolsa térmica para carregar água e bala dentro do veículo para os passageiros. Fez uma parceria com um fabricante e conseguiu vender mais de 15 mil unidades para o país inteiro, por meio de e-commerce.

O Ponto de Apoio

O “pit stop” para motoristas de aplicativos fez parte do pacote de ideias que Marlon teve depois que teve seu código de indicação cortado. Ele alugou um contêiner em um estacionamento e com investimento de R$ 18 mil abriu o negócio. Segundo ele, o local é para ajudar todos os motoristas de aplicativo e até mesmo taxistas.

Deu tão certo que hoje o empreendedor estuda abrir franquias do negócio, o que acredita que deva acontecer nos próximos seis meses. Por enquanto, tenta otimizar os lucros do Ponto de Apoio Motorista Top com parcerias com algumas marcas, como produtos de limpeza para carros. Ele disponibiliza, de graça, produtos de marcas patrocinadoras para que os motoristas possam higienizar seus veículos. A maior parte do rendimento do local vem dessas parcerias e da venda de balas e da bolsa térmica. Por mês, o faturamento tem sido, em média, de R$ 4 mil.

“Aqui os condutores se sentem muito à vontade. Eles adoram a única funcionária que tenho, a dona Odete. Cuida do contêiner como se fosse a casa dela. Por isso os motoristas pedem até para fazer foto com ela”, comenta Marlon.

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