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A China e o pioneiro paranaense

No encontro do primeiro-ministro da República Popular da China, Li Keqiang com a presidente Dilma Rousseff foram fechados 35 importantes acordos bilaterais, que representam investimentos de US$ 53 bilhões de dólares no Brasil. US$ 7 bilhões serão em empréstimos à Petrobras, líder mundial na perfuração e produção em áreas de grande profundidade e descobridora de petróleo no pré-sal, onde participam firmas chinesas.

Desde 2009, a China tornou-se o grande parceiro do Brasil em intercâmbio comercial

Outro fato destacável foi a liberação pela China da importação de carne brasileira, que estava proibida, com 26 frigoríficos sendo credenciados. 22 aviões da Embraer foram comprados pela China, que concedeu empréstimo à Vale do Rio Doce para aquisição de navios graneleiros. Acordaram-se ainda obras para linhas de transmissão e estudos para hidrelétrica no Rio Tapajós. Já o projeto a ser desenvolvido e financiado pela China para a construção de uma ferrovia transoceânica, de 4.770 km, ligando a costa do oceano Atlântico até o Pacífico no Peru, tem causado críticas e dúvidas quanto a sua exequibilidade.

Não se pode ignorar que nos últimos 15 anos a China experimentou elevação do seu Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 10% ao ano e, graças à manutenção de sua moeda, o yuan, desvalorizado obteve enormes superávits comerciais, a ponto de acumular reservas cambiais superiores a US$ 2 trilhões e ser a maior detentora de papéis do tesouro norte-americano. Dentro de poucos anos, a China vai suplantar o PIB estadunidense e tornar-se a principal economia do planeta.

O Brasil precisa ficar atento à fabulosa compra de industrializados chineses, criando barreiras alfandegárias e adotando outras medidas de proteção aos produtos brasileiros. Mas a verdade irretorquível é que desde 2009, a China tornou-se o grande parceiro do Brasil em intercâmbio comercial, suplantando os Estados Unidos. E nesse contexto, vale recordar a viagem pioneira em outubro de 1971 à China, presidida por Mao Tsé-tung, do empresário paranaense Horácio Sabino Coimbra, fundador da Companhia Cacique de Café Solúvel de Londrina.

Com conhecimento e autorização prévia do presidente Garrastazu Médici, ele também autorizou o cônsul brasileiro na colônia inglesa de Hong Kong, Geraldo Holanda de Cavalcante, para acompanhar o visitante como secretário particular.

Horácio Sabino Coimbra esteve na Feira Industrial do Cantão, e conversou com diversas autoridades chinesas, inclusive o vice-ministro de Comércio Exterior, levando lista de produtos brasileiros exportáveis para a China e dos que poderiam ser importados. Depois disso, diversos industriais brasileiros visitaram a China e, em 1975, no governo de Ernesto Geisel, as relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e China foram restabelecidas.

Horácio Sabino Coimbra, que já havia sido o responsável pela introdução do café solúvel na ex-União Soviética, habituada ao consumo do chá, foi um pioneiro para a aproximação com o gigante chinês.

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