Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Artigo

A lição mineira sobre liberdade e liderança

A pauta da liberdade, que pode parecer abstrata, mas não é. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

Voltar a Minas sempre me desperta algo. Embora tenha nascido em terras mineiras, vivi pouco por lá. Mesmo assim, a cada retorno percebo revelações que não cabem em outra parte do Brasil. No sotaque, que alguns dizem que ainda guardo; na hospitalidade, que nunca se perde; e, sobretudo, na capacidade de provocar reflexões profundas. Foi exatamente isso que o Fórum da Liberdade do IFL BH proporcionou.

A pauta da liberdade, que pode parecer abstrata, ganhou contornos concretos logo na fala do governador Romeu Zema: “Só é livre quem se sente seguro.” A frase é simples, mas toca em um ponto vital. Como esperar que cidadãos pensem grande, inovem ou empreendam se vivem sob o jugo constante do medo? Segurança pública não é detalhe – é alicerce da própria liberdade.

Do mesmo modo, quando Samer Agi trouxe a importância da educação, ficou claro que não há como falar em futuro sem valores sólidos. Formar adultos conscientes depende do que transmitimos às crianças e, por vezes, precisamos repetir verdades aparentemente óbvias.

O que mais me marcou, no entanto, foi o protagonismo da coragem. Bella Falconi mostrou que se posicionar pode custar caro, mas o silêncio custa ainda mais. Não existe liderança possível em cima do muro. Sandra Chayo lembrou que família é sustentação e não acessório, e Bruno Garfinkel reforçou a ideia de que prevenir sempre é melhor do que remediar. Juntos, esses olhares desenharam um Brasil que só prosperará quando valores pessoais e familiares forem prioridade.

Paulo Camargo, ex-CEO do McDonald’s Brasil, levou esse raciocínio adiante ao falar de amor. Ao decidir romper o ciclo de frieza herdado de sua mãe, entendeu que liderar também é dizer “eu te amo”. Essa decisão íntima repercutiu em sua visão empresarial e até na ousadia de renomear a marca para Méqui, gesto que se tornou símbolo de proximidade e brasilidade. A mensagem é clara: ousadia sem amor vira arrogância; amor sem ousadia se acomoda. É preciso unir os dois.

VEJA TAMBÉM:

O painel internacional reforçou o que já sabíamos, mas muitas vezes esquecemos: sem liberdade, não há liderança. É o fio que conecta os discursos e experiências relatados no fórum.

Saí de Minas com a sensação de que o caminho para um país próspero não passa apenas por políticas públicas ou fórmulas econômicas. Ele começa em escolhas pessoais, na coragem de se posicionar, no resgate da família, na educação de valores, no amor que se transmite e, sobretudo, na decisão de não abrir mão da liberdade. Afinal, como aprendi nesses dias: ousar e amar são verbos que, juntos, mudam destinos pessoais e coletivos.

Natália Ribeiro é jornalista do Instituto Livre Mercado e da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado e membro do Instituto de Formação de Líderes de Brasília (IFL Brasília).

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.