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Ninguém nasce odiando a outra pessoa pela cor da sua pele, pela sua origem ou ainda pela sua religião. Assim como as pessoas aprendem a odiar, elas também podem ser ensinadas a amar. É preciso amar a todos com igualdade. A valorização da diversidade e da cultura do povo negro e indígena deve estar no dia a dia, nas pequenas atividades. Segundo pesquisa Percepções sobre o racismo no Brasil de 2023, da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), a percepção de que as pessoas pretas são as que mais sofrem com o racismo é quase unanimidade entre os brasileiros (96%). Os 2.000 entrevistados também têm a percepção que os indígenas (57%) e os imigrantes africanos (38%), também sofrem de racismo.
O racismo na sociedade brasileira está enraizado, é fruto de séculos de escravização, gerando uma estrutura social de exclusão. Após a abolição, embora a escravidão tenha terminado, essa marca social persistiu, traduzindo-se na exclusão e na pobreza que continuam a impactar de forma desigual as populações racializadas.
As escolas também são fundamentais para a concretização das metas do ODS 18, especialmente através da educação antirracista. Esta abordagem educacional busca promover a equidade racial e a justiça social para todos os estudantes
Visando um Brasil mais igualitário, o governo Federal lançou, durante a abertura da Assembleia Geral da ONU no final do ano passado, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18 - Igualdade Étnico-Racial. Essa iniciativa voluntária posiciona o país no enfrentamento ao racismo e às desigualdades que impactam principalmente os povos indígenas e a população negra como prioridade para o desenvolvimento sustentável e para o cumprimento da Agenda 2030 no país. O trabalho de implementação do ODS 18 teve início em 2023, com a instituição da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS). Essa comissão, que inclui a participação de diversas instituições, dedica-se à definição de metas e indicadores para o monitoramento e a implementação do ODS 18, bem como o cumprimento e monitoramento das metas e indicadores dos demais ODS até 2030.
Como integrantes da Câmara Temática responsável pelo plano de trabalho do ODS 18, podemos afirmar que ainda temos muito a contribuir para um Brasil com mais igualdade. O enfrentamento ao racismo e às desigualdades deve começar em casa, incentivando crianças e jovens a questionarem o mundo ao seu entorno e observarem que o privilégio de poucos foi promovido por meio da exploração de povos afros e indígenas. É preciso mostrar para os nossos jovens que a cultura brasileira é múltipla, foi formada por pessoas africanas, indígenas, europeias e asiáticas e cada etnia contribuiu para a formação de uma cultura diversa, plural.
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As escolas também são fundamentais para a concretização das metas do ODS 18, especialmente através da educação antirracista. Esta abordagem educacional busca promover a equidade racial e a justiça social para todos os estudantes, oferecendo uma educação de qualidade focada no combate ao racismo em suas manifestações individuais e na transformação das estruturas que o sustentam.
Além disso, a educação antirracista possibilita uma reparação histórica, valorizando as contribuições e reconhecendo as culturas e identidades dos povos indígenas, africanos e afro-brasileiros para a sociedade brasileira. Desenvolver uma educação antirracista contribui para formar cidadãos críticos e conscientes, aptos a enfrentar o racismo e a construir um futuro mais inclusivo, com mais igualdade e democrático.
Raimunda Caldas é da coordenação da Qualidade Social da Educação do Marista Brasil; José Aderlan Brandão Nascimento é coordenador de Identidade, Missão e Vocação da União Marista do Brasil.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos



