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Após 20 anos de surto populista vermelho, a América Latina parece estar entrando numa etapa de desmonte dos dinossauros criados pelos ativistas que acreditavam nos furados ideais socialistas. A onda foi puxada pelos opositores ao radicalismo da “Revolução Bolivariana” do coronel Chávez, na Venezuela, cujo resultado todos conhecemos: empobrecimento progressivo da população, violência crescente, disparada dos índices de criminalidade, corrupção, ineficiência, perda de esperança, males que aumentaram na gestão do sucessor de Chávez, o inepto e narcotraficante Nicolás Maduro.

O Brasil não ficou alheio a esse fantasma: nos deparamos com um Estado hipertrofiado e em progressivo desmonte. O buraco financeiro causado pela petralhada nestes anos de desmandos políticos e econômicos já ultrapassa a astronômica soma de R$ 1 trilhão, conforme foi calculado pelos economistas Mônica de Bolle e Paulo Rabello de Castro. E as coisas podem piorar, caso Dilma e patota não pararem com as suas perversas prestidigitações. A “ajuda” que o cada vez mais enrolado Lula oferece a Dilma parece nestes momentos mais abraço de afogado do que boia de salvamento. Lula está mesmo enrolado na história do tríplex do Guarujá e do sítio de ninguém em Atibaia. A Operação Lava Jato lambe os seus calcanhares.

A América Latina parece estar entrando numa etapa de desmonte dos dinossauros socialistas

Também começa a fazer água o barco do cocalero Morales na Bolívia, sendo que já chegou ao fim a era kirchnerista na Argentina, com o triunfo do liberal Macri nas recentes eleições presidenciais. O bolivariano Lugo, por sua vez, já há alguns anos foi defenestrado pelos nossos vizinhos paraguaios, iniciando a “onda azul”. Na Colômbia, o presidente Santos, que assumiu posições de esquerda, está bastante desgastado e, num futuro pleito, forças conservadoras ocuparão, certamente, o seu lugar.

No Uruguai, o presidente socialista Tabaré Vázquez ostenta índices preocupantes de rejeição após o primeiro ano de mandato, na trilha do governo esquerdista de José Mujica, cujas grandes realizações foram a democratização da maconha e o casamento gay. Mujica, a bem da verdade, foi um governante honesto. Mas as coisas pararam por aí. Honestos socialistas não roubam. Mas não deixam marcas de reformas significativas que potencializem a economia. Capitalismo não é com eles. E socialismo, sabemos, é uma máquina que gasta e não produz. Os uruguaios, certamente, se fossem feitas eleições hoje, escolheriam um mandatário da direita ou de centro.

No México, o conservador Enrique Peña Nieto, do PRI, assumiu o poder após uma série de presidentes de centro-esquerda. As reformas postas em marcha por Peña Nieto para acelerar a economia estão dando certo, em que pese a guerra que se viu obrigado a declarar ao narcotráfico. Os cartéis mexicanos ocuparam o espaço deixado pela derrota dos cartéis colombianos de Medellín e de Cáli. A abertura à iniciativa privada tem sido um chamariz para os investidores que, diante das desgraças do Brasil, mudaram de endereço para os seus investimentos e os estão alocando no México. A indústria automobilística que o diga.

E, por fim, no Equador, o “bolivariano” Rafael Correa está bastante desgastado no cargo, após ter tentado amordaçar a imprensa independente e pretender se perpetuar no poder, com medidas semelhantes às postas em prática pelos seus homólogos bolivarianos Hugo Chávez (na Venezuela) e Evo Morales (na Bolívia).

Ricardo Vélez Rodríguez, doutor em Filosofia com pós-doutorado em Ciência Política pelo Instituto Raymond Aron (Paris), é docente da Faculdade Arthur Thomas, em Londrina, e professor emérito da Eceme.
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