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Prisioneiros de guerra ucranianos chegam em um local não revelado perto da fronteira com a Rússia
Prisioneiros de guerra ucranianos chegam em um local não revelado perto da fronteira com a Rússia| Foto: EFE/EPA/PRESIDENTIAL PRESS SERVICE

Em uma coletiva de imprensa realizada na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no início deste ano, o general Rob Bauer, chefe do Comitê Militar da OTAN, surpreendeu a comunidade internacional ao anunciar que a organização está se preparando para um eventual conflito com a Rússia. Essa decisão é uma resposta direta aos contínuos ataques russos contra a Ucrânia, que persistem desde fevereiro de 2022.

Desde sua fundação há 75 anos, a OTAN nunca perdeu sua importância, mantendo-se como uma potente associação interestatal diante das iminências de conflitos internacionais. Seu princípio fundamental, declarado no Tratado do Atlântico Norte, permanece inalterado: "um ataque armado contra um ou mais de seus membros na Europa ou na América do Norte será interpretado como um ataque contra todos". Embora a Ucrânia ainda não seja Estado-membro da Organização, continua sendo uma área relevante para a região.

Dentre os muitos interesses em jogo, a Ucrânia destaca-se como um país estratégico para a economia e política do continente europeu e, consequentemente, para a OTAN. Além de seu extenso território com mais de 600 mil km², que faz fronteira com sete Estados da OTAN, o país é reconhecido internacionalmente como o celeiro da Europa. De acordo com um relatório da Comissão Europeia de 2023, o bloqueio das exportações de alimentos da Ucrânia, através dos portos do Mar Negro nos primeiros meses da guerra, comprometeu seriamente o fornecimento de alimentos ao continente europeu, gerando preocupações com a segurança alimentar na região e com as inflações de alimentos.

Nesse sentido, a relação entre OTAN e Ucrânia não se restringe a uma demonstração de solidariedade, mas sim as ações estratégicas meticulosamente planejadas para a preservação da estabilidade política e econômica no continente europeu, que muito beneficia os Estados-membros da OTAN no longo prazo.

José Benedito Caparros Junior é bacharel em Relações Internacionais, mestre em Educação e coordenador dos cursos de pós-graduação na área de Relações Internacionais da Uninter. 

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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