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É imprescindível a necessidade de refletirmos sobre a multiplicidade dos problemas educacionais, que proliferam assustadoramente. Daí a nossa preocupação em indicá-los a fim de serem analisados: evasão escolar, repetência, ansiedade, depressão, agressividade, inibição, estresse emocional e físico, insegurança, hiperatividade, indisciplina, marginalidade, problemas sexuais, afetivos, físicos, intelectuais e de relacionamento, homicídios, drogas, violências, preconceitos, fanatismos religiosos, conflitos familiares etc. Os referidos problemas têm como motivos baixo nível social, moral e financeiro dos pais, universalização escolar, dualidade de atitudes entre pais e professores, deficiência de orientação sexual, religiosa, matrimonial e vocacional.

Diante de tal complexidade, é inadmissível e desumano julgarmos que o professor, por mais eficiente que seja, se encontre em condições de resolvê-los. Justificativa para a importância de enriquecermos as instituições escolares com profissionais como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, orientadores, supervisores, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, que atuariam sobre os objetivos: aluno, pais e professores. São profissionais devidamente qualificados, mas, por incrível que pareça, estão muitas vezes desviados de seus ideais profissionais, aguardando oportunidades no mercado de trabalho. Frustrados, fazendo sanduíches, atuando em butiques ou vendendo produtos de beleza, aparentemente satisfeitos pelo que fazem e recebem, vão desperdiçando e até esquecendo o muito que aprenderam. Representam, na realidade, uma utopia à economia nacional por tais investimentos.

É inadmissível e desumano julgarmos que o professor, por mais eficiente que seja, se encontre em condições de resolver todos os problemas

Somam-se a essas ponderações os fenômenos psicológicos massacrantes, envolvendo os professores em exercício há décadas passadas: insatisfações, inadaptações, debilidades físicas, desânimos, egoísmo, apatia, pessimismo, deficiências de dicção, irresponsabilidade, sadismo, preconceito etc.

Para nossa maior surpresa, enquanto supervisora de avaliação nos conceitos finais relativos ao último ano do curso de Magistério (3.º ano), constatamos a nota zero dada a uma aluna considerada gaga. Surgiu nessa lamentável situação a ideia de desenvolvermos um árduo trabalho de observações e pesquisas, originando o Teste Laval de Aptidão ao Magistério. Aliás, Demóstenes, aclamado 2,4 mil anos atrás como o maior orador da Antiguidade, 4 mil anos atrás, era gago.

Tais desequilíbrios devem ser percebidos e assumidos pelos responsáveis da educação. Evidentemente, a partir do momento em que os devidos profissionais, citados anteriormente, forem aproveitados, serão dinamizados:

Conscientização sobre as qualidades do mestre: Teste Laval de Aptidão ao Magistério, aplicado no 8.º ano do ensino fundamental;

Permutas de habilidades entre os pais, através de associações de pais e mestres, resultando em elevação dos seus níveis social, intelectual, moral e financeiro. Recurso gerador de empregos e incentivador ao prosseguimento dos estudos;

Orientação vocacional direcionada no ensino fundamental e médio, com esclarecimentos sobre mercado de trabalho, satisfações pessoais, dificuldades, qualidades físicas e intelectuais interligadas às profissões, convênios com clubes, associações e instituições de artes ou profissionalizantes, visando diversificar oportunidades aos alunos em suas potencialidades, através de observações e entrevistas com diferentes profissionais. São estratégias que correspondem ao futuro profissional e à razão de viver, evitando que a criança abandone a escola, atraída pelo fascínio da rua e, consequentemente, conduzida à drogadição, caminho para a morte. Nessas circunstâncias, tais alternativas se sobrepõem aos apelos da mídia, a qual dá ênfase aos bens materiais, considerando-os condutores do sucesso;

Desmarginalização e elevação da autoestima do idoso, pelas suas contribuições em palestras, exposições ou apresentações artísticas nas instituições escolares;

Circulares e palestras aos pais sobre temas psicopedagógicos, após levantamento de problemas entre escolares e respectivos pais;

Terapia comunitária objetivando atendimento às famílias e alunos com problemas ou crises, através de um gabinete de higiene mental;

Atendimento às crianças com necessidades especiais;

Assistência psicológica e profissional aos professores com o propósito de conceder-lhes recursos para autoconhecimento, reflexões sobre processos de avaliações afetivas, físicas e cognitivas;

Projetos envolvendo turnos integrais como opção para determinadas crianças, principalmente nas áreas vulneráveis;

Desenvolvimento de lideranças pela cibernética social;

E, como culminância, técnicas de relações humanas.

Essas considerações expostas foram despertadas em nosso exercício profissional durante 33 anos como professora no ensino médio na área de Fundamentos da Educação (Psicologia, Sociologia, Filosofia, Educação Comparada) e Higiene Mental (Psiquiatria) na pós-graduação para Diretores de Escolas Normais. Além dessas atividades, assumi as funções de supervisora e coordenadora concernente à orientação vocacional e profissional através da concretização de dossiês. Paralelamente, apliquei em diversas instituições educacionais, por solicitação do Instituto de Educação do Paraná, o nosso Teste Laval de Aptidão ao Magistério, divulgando-o em simpósios estaduais e nacionais, envolvendo diretores de Institutos de Educação no Brasil.

Deusdith Laval Malucelli é pedagoga pela UFPR e concursada em psicologia.
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