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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O leitor já reparou como os meios de comunicação, as ONGs e até os políticos no Brasil vivem chorando pelas más condições dos bandidos nas cadeias, mas nunca pelas vítimas e suas famílias, que têm suas vidas destruídas?

Isso é coisa de quem vê o crime como uma espécie de justiça social. Para os intelectuais, o bandido é sempre uma vítima da sociedade, que rouba e mata porque não teve escolha. Essa ideia é um insulto ao povo brasileiro trabalhador. Se fosse verdade, todo pobre brasileiro seria bandido, e não haveria ricos cometendo crimes.

Para os intelectuais, o bandido é sempre uma vítima da sociedade, que rouba e mata porque não teve escolha

A última moda dessa turma é criticar o chamado “encarceramento em massa”. Ninguém nega que os presídios estejam lotados, mas a solução não pode ser soltar bandido. Num país em que os crimes violentos, em sua esmagadora maioria, não são nem mesmo investigados, é óbvio que se prende a menos, e não a mais. Sem construir mais presídios, a superlotação não tem solução.

As prisões provisórias, tão criticadas por quem quer ver bandido andando na rua, são quase sempre fruto de flagrantes. A proposta é que o sujeito pego com a boca na botija responda em liberdade, sabendo que não tem a menor chance de absolvição? É justamente por terem esse respaldo que muitos bandidos nem pensam em abandonar o crime depois de sair da cadeia.

Mas o problema da reincidência é ainda mais grave. Hoje, muitos entram na cadeia como pequenos delinquentes e saem membros de organização criminosa. Se as prisões não reabilitam, é justamente porque dão aos presos condições e incentivos para voltar a delinquir antes mesmo de ganhar a liberdade.

Leia também: A violência que se sente (artigo de Fabricio Rebelo, publicado em 1.º de julho de 2018)

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Sem disciplina, não há reeducação. E não há disciplina maior que a do trabalho. Um preso que pague o custo de sua estadia na prisão com o seu próprio suor pode aprender duas coisas: que o crime não compensa e uma profissão. Se tantos aqui fora trabalham e estudam com dignidade, por que essas mesmas condições deveriam ser indignas para o preso? O que não dá para aceitar é um sistema em que a sociedade é vitimada duas vezes: primeiro, pelo ato criminoso; e depois, pagando para consertar o elemento.

Se a segurança no Brasil deve ser pública, como querem as “mentes pensantes” do país, faria sentido que o Estado indenizasse a vítima que ele não consegue proteger. Como o Estado não tem dinheiro próprio, o que, de fato, faz sentido é que o próprio criminoso indenize a vítima, com parte do que produzir trabalhando dentro da cadeia. Essa indenização seria um sinal de alívio para quem é entregue de bandeja para a criminalidade.

O sistema prisional brasileiro deve ser reformado urgentemente, mas com o endurecimento das leis, disciplina e com o bandido trabalhando.

Ricardo Salles é presidente do Movimento Endireita Brasil.
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