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A expectativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) é de que 24 milhões de novos empregos sejam criados até 2030 para suprir as demandas ligadas ao meio ambiente, incluindo a transição energética,. O Brasil deve concentrar 7,5 milhões destes postos de trabalho – quase um terço. O país já responde por 10% de todos os “empregos verdes” no mundo e ocupa a segunda colocação entre os maiores empregadores das indústrias de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica, atrás apenas da China.
Reconhecido mundialmente por já fazer a transição energética, o Brasil conta com 85% da energia elétrica gerada a partir de fonte limpa e renovável; produz etanol e biodiesel; e possui uma Política Nacional de Biocombustíveis, a Renovabio. Uma pesquisa da Agência Internacional de Energias Renováveis revelou que, em 2022, o setor brasileiro com foco em sustentabilidade que mais gerou empregos foi o de biocombustíveis. Além dos segmentos voltados ao meio ambiente e fontes renováveis, as áreas com maior participação de colaboradores com habilidades sustentáveis são a agropecuária, petróleo e gás e biotecnologia.
Diante desse novo mercado, o desafio é a formação de profissionais capacitados. Cada vez mais a sustentabilidade estará na mira das corporações. Mas não qualquer prática sustentável. O foco são ações concretas que mudem a relação do setor produtivo com o meio ambiente, na qual todos assumem sua responsabilidade para um futuro melhor. E qualificar pessoas com essa visão é fundamental.
A solução está na união do setor produtivo com a academia. As instituições de ensino precisam interagir com indústrias e empresas para entender as necessidades e contribuir com a qualificação e com a formação inicial e continuada dos profissionais de cada segmento. Um exemplo é o Curso Técnico em Biocombustíveis, desenvolvido em parceria entre a Universidade de Passo Fundo e a Be8. Planejado e elaborado em conjunto, está desenvolvendo estudantes do ensino técnico profissionalizante. Eles se tornarão pessoas com condições de enfrentar os desafios cotidianos e estarão próximos do que há de mais inovador em tecnologia para a atividade.
O sucesso virá do aprendizado contínuo num ambiente no qual as novidades surgem em tempo real. Esses formatos conectam estudantes, professores, profissionais, empresas, startups e entidades num grande espaço de fomento à inovação, com o compartilhamento e troca de conhecimento, experiências e oportunidades. Um ambiente propício aos futuros profissionais responsáveis por manter o Brasil na vanguarda das práticas sustentáveis e da transição energética mundial.
Bernadete Maria Dalmolin é Reitora da Universidade de Passo Fundo; Erasmo Battistella é CEO da Be8.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos



