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O Paraná está na vanguarda dos anseios da sociedade por soluções mais rápidas. Isso ocorre com a implementação de centrais de atendimento, investimentos em startups com soluções tecnológicas e redes de pesquisa que promovam produtos para o mercado de trabalho. O próximo passo é a desestatização da Celepar, um modelo inédito no Brasil e que promete atrair grande disputa.
Há uma frase de Peter Drucker que resume o que estamos pensando: “Nós não podemos prever o futuro, mas podemos construí-lo”. O Paraná tem feito exatamente isso: pensado o futuro com coragem, ousadia e visão estratégica.
Ao longo dos últimos anos, a gestão estadual promoveu transformações importantes e profundas na administração, adotando modelos de desestatização de empresas públicas — como a Copel, Copel Telecom e Compagas — e parcerias com empresas como a Sanepar, para aumentar a eficiência, aprimorar os serviços e impulsionar investimentos e o desenvolvimento econômico.
A Celepar, a mais antiga empresa pública de tecnologia da informação do Brasil, está dentro do novo processo de desestatização promovido pelo governo estadual. Com 60 anos de história, mais de 1.000 colaboradores e um faturamento de R$ 576 milhões, em 2024, a Celepar é reconhecida pela sua solidez, relevância e capacidade de atender 121 órgãos públicos.
Ao longo dos últimos anos a companhia desenvolveu quase 40 aplicativos e cerca de 1.000 sistemas que fazem parte do dia a dia dos paranaenses, do prontuário digital dos hospitais a sistemas que melhoram a fluidez do trânsito.
Mas ela pode ir muito além sem as amarras dos processos públicos. O mundo vive uma revolução tecnológica há alguns anos e atualmente estamos na era da inteligência artificial.
É nesse cenário que vislumbramos a Celepar transformando-se em algo ainda maior: uma protagonista nacional e internacional, com capacidade de gerar mais empregos, atrair investimentos mais rentáveis e ampliar o impacto positivo sobre os serviços oferecidos à sociedade.
A Celepar deixará de ser uma empresa que faz a intermediação de tecnologia para ser uma gigante paranaense que disputará com players internacionais
Assim, o Governo do Paraná também poderá adotar novos formatos para contratação de serviços digitais.
Modelos semelhantes na área da tecnologia já são realidade em diversas partes do mundo. Nos Estados Unidos, a Microsoft desenvolve ferramentas de inteligência artificial para o Pentágono, enquanto a NASA utiliza a Amazon para processar dados vindos de Marte.
Na União Europeia, serviços digitais públicos operam com infraestrutura privada sob regulação estatal — um equilíbrio entre eficiência e segurança que o Paraná entende como ideal.
E todo esse processo está sendo conduzido pensando na segurança dos dados. Atualmente todos os dados processados pela Celepar são criptografados e anonimizados, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
É como o dinheiro depositado em um banco: mesmo armazenado por uma instituição, ele continua sendo do cidadão. O padrão de segurança da empresa já é de nível Tier III, reconhecido internacionalmente, e será mantido sob rígidas regras legais mesmo com a entrada de um parceiro privado.
A LGPD é uma lei que pegou. Centenas de empresas privadas trabalham com dados dos brasileiros atualmente e as regras estão sendo respeitadas. O iFood gerencia 43 milhões de cadastros pessoais, o Waze tem 14 milhões de usuários cadastrados, as operadoras de cartão de crédito somam 212 milhões de cadastros e as redes sociais já reúnem 144 milhões de brasileiros.
No Paraná, planos de saúde privados administram dados de 3 milhões de beneficiários. A experiência comprova que o mais importante não é se a empresa é pública ou privada, mas a qualidade do serviço e o cumprimento da lei.
A meta do Governo é concluir o processo de mudança da Celepar neste ano, impulsionando sua atuação para ser uma das grandes GovTechs da América Latina. Isso acontece porque há um ambiente econômico favorável.
O Paraná gera empregos acima dos outros grandes estados, cresce acima do PIB nacional e tem uma capacidade imensa de atração de investimentos, seja por iniciativa do Estado, com R$ 300 bilhões em novas empresas, ou nos leilões de infraestrutura, com os pacotes rodoviários e portuários leiloados com grande êxito.
Com responsabilidade, segurança jurídica, transparência e foco no cidadão, seguimos abrindo caminhos para que o Paraná continue sendo referência em inovação, tecnologia e desenvolvimento.
Alex Canziani é Secretário da Inovação e Inteligência Artificial do Estado do Paraná.



