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O governo não pode tomar medidas que inibam o crescimento real do país, mas pode – e deve – adotar, desde sua posse, a contenção na expansão dos gastos públicos

A par das tradicionais mensagens de final de ano, devemos ter, neste momento, a gentileza, a satisfação e a alegria não só de trocarmos votos de felicidades, mas a obrigação de refletirmos sobre qual rumo devemos efetivamente seguir para alcançar nossos objetivos de cidadãos, reivindicando atitudes e ações da comunidade, assim como das autoridades constituídas em todos os níveis – federal, estadual e municipal. Uma regra é basilar e deveria ser adotada por todos os brasileiros: a cobrança e o exercício da ética e da moral, seja em organismos públicos ou na iniciativa privada.

Como novos governantes tomam posse no próximo dia 1.º, assim como componentes das casas legislativas, a comunidade brasileira e, em nosso caso, a paranaense, deve estar preparada para cobrar dessas autoridades públicas, desde o primeiro minuto de seu mandato, tudo o que prometeram no último pleito. Todos assumiram sérios compromissos com a transparência, com a ética, com o respeito aos direitos e deveres constitucionais. E assim deve ser, com mãos à obra, pois o tempo dos discursos já se esvaiu.

Do governo federal espera-se sempre, e isto deve ser conferido em cada gesto seu, o estímulo a uma política desenvolvimentista, que nos impulsione econômica e socialmente a padrões de primeiro mundo. Havemos de manter o que foi feito de bom nos últimos 16 anos e ainda superar os bloqueios que impedem a modernização, nos comprometendo com um presente e um futuro mais confortáveis. Há incontáveis exemplos de como chegar a esse objetivo, com respeito às leis e às características nacionais. O governo precisa, sobretudo, estimular o empreendedorismo, abolir leis anacrônicas, propor e amparar, com sua base no Congresso Federal, uma legislação contemporânea, moderna, progressista. Esperamos que os responsáveis pela condução federal deem bons exemplos de gestão, acabando com a gastança, geralmente produzida pelos apadrinhamentos, no setor administrativo/político. É preciso termos sempre claro que a origem primária da indesejável pressão inflacionária está na orgia dos gastos públicos. O governo não pode tomar medidas que inibam o crescimento real do país, mas pode – e deve – adotar, desde sua posse, a contenção na expansão dos gastos públicos.

Em nosso estado, é evidente que a casa deve ser colocada em ordem com a maior urgência, em paralelo com o atendimento às demandas em todos os setores. Como no país, há acertos que devem ser aplaudidos e mantidos no Paraná. Por exemplo: o estímulo ao micro e pequeno empresário, por meio da isenção tributária. Sabemos bem o que isso representa porque temos 80% de micros e pequenas empresas em nosso quadro associativo. Por outro lado, há, como em nosso país, carências em inúmeros setores, mas é indiscutível a necessidade de carrearmos recursos para melhorar a nossa defasada infraestrutura, que compromete todo o desenvolvimento econômico e social do estado. O governo eleito para administrar o Paraná nos próximos quatro anos deve manter uma sintonia fina com o capital privado para que haja condições de se elaborar e consolidar planos diretores e projetos estratégicos a curto, médio e longo prazo. Com isso, será possível estabelecer uma maior sinergia entre o capital público e o privado, com custos de serviços acessíveis aos cidadãos, tornando viável a reabilitação da infraestrutura paranaense. Essa parceria é de vital importância para investimentos em rodovias, portos, aeroportos, ferrovias, que são essenciais para quaisquer estratégias de crescimento que sejam traçadas.

São aspectos aparentemente pontuais, mas que, ao contrário, pertencem à categoria de conceitos e princípios estruturais. E é com eles, prevalecendo o sentimento de solidariedade e de respeito, que teremos, sob o lume de Deus, um feliz Natal e um próspero 2011.

Edson Ramon é presidente da Associação Comercial do Paraná.

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