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As enormes transformações sociais e econômicas do homem moderno evidenciam o quanto esta modernidade subordinou a natureza ao desenvolvimento das ciências, da tecnologia e às ideias de progresso. Já na década de 1970, o estilo de vida consumista nos fez presenciar as primeiras catástrofes mundiais naturais relacionadas a esse progresso, apontando também para as primeiras evidências da falta de recursos naturais, reflexo do uso desmedido de matérias-primas. Essas transformações foram evidenciadas em meados do século 20, principalmente no Grupo dos Sete (G7, grupo internacional que reunia os sete países democráticos mais industrializados e desenvolvidos economicamente do mundo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá. A Rússia passou a integrar o grupo em um segundo momento, mas recentemente foi excluída), demandando um crescente consumo de energia, de comunicações e de transporte, principais itens da infraestrutura econômica, aliado às necessidades de saúde, educação, saneamento básico, trabalho e alimentação, causando enormes impactos ambientais em áreas urbanas e rurais. Tal fato também ocorreu com maior evidência, a partir dos anos 1980, nos países em desenvolvimento, particularmente nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Com as novas necessidades surgidas em função do aumento populacional e estímulos exagerados de consumo advindos inicialmente e principalmente do G7, a fim de manter suas economias, transferiu-se a produção de bens de consumo para os países em desenvolvimento, causando-lhes enormes impactos ambientais. Tais encaminhamentos só passaram a ser discutidos no fim do século 20, com a criação de regras para se minimizar as principais agressões ao meio ambiente: o desmatamento, a expansão agropecuária, a urbanização e a poluição. Como uma das consequências dessas discussões, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), 12% das terras do mundo estão sob o abrigo de leis, o dobro do que havia no início dos anos 1990.

O discurso de um desenvolvimento efetivamente sustentável chegou ao século 21 pela premente necessidade de acompanhar os avanços da ciência e da tecnologia conciliando-os com as necessidades culturais atuais e a convivência harmônica com o meio ambiente.

Nessa perspectiva, ressalta-se que os recursos naturais são finitos e que há uma grande necessidade de redução do uso de matérias-primas, do aumento da reutilização e da reciclagem, e de planejamento do futuro econômico, social e cultural da sociedade. Esse é um grande desafio que permeia todas as áreas do conhecimento: conciliar o desenvolvimento econômico e social com o impacto ambiental.

A forte demanda por uma sociedade mais sustentável traz para os currículos de formação docente a premente necessidade de contemplar conteúdos relacionados à sustentabilidade. Entretanto, apesar das demandas sociais e das determinações legais, algumas pesquisas indicam que há uma frágil formação ambiental nas instituições de ensino superior. Em que pese todo este contexto, para as universidades se constituírem em espaços educadores sustentáveis é de suma importância licenciar profissionais que formarão futuros cidadãos comprometidos com uma sociedade sustentável: temos aí mais um dos desafios colocados para a educação.

Talita Rechia Vasconcellos da Rosa é aluna do mestrado em Educação da Unioeste.

Vilmar Malacarne é professor do mestrado em Educação da Unioeste.

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