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Caso Epstein: 4 pontos-chave do que vem a seguir na investigação

O financista Jeffrey Epstein e sua ex-companheira Ghislaine Maxwell, acusados de tráfico sexual em 2019, fotografados conversando com Bill Clinton em 29 de setembro de 1993. (Foto: Ralph Alswang/Casa Branca/Wikimedia Commons)

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Em meio a novas informações sobre o falecido criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein que vieram à tona nesta semana, uma coisa é certa: ainda há muito mais por vir.

A única questão é: quanto mais?

Na noite da última terça-feira, 2, o Departamento de Justiça, em resposta à pressão do Comitê de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara, divulgou seu primeiro lote de 33.295 páginas editadas de evidências, que incluíam imagens e vídeos. Ainda assim, alguns membros do Congresso exigem mais.

Epstein morreu em uma cela de prisão federal por enforcamento, o que o Departamento de Justiça concluiu ter sido suicídio.

Aqui está o que sabemos até agora e o que está por vir.

1. Divulgação de informações

Dois republicanos de Kentucky estão assumindo papel de liderança no drama de Epstein no Capitólio. O deputado Thomas Massie quer que tudo seja divulgado e reclamou de redações excessivas. O governo Trump reagiu, dizendo que a exposição deve ser medida para proteger os nomes de vítimas inocentes.

Enquanto isso, o presidente do Comitê de Supervisão e Reforma Governamental, James Comer, pressiona para que mais informações venham à tona, mas está trabalhando em conjunto com o Departamento de Justiça na divulgação gradual, que, segundo o DOJ, deve ser feita para proteger as vítimas.

Massie protocolou uma petição de descarga na Câmara dos Representantes, esperando reunir assinaturas suficientes para forçar uma votação em plenário sobre a liberação de todos os arquivos do Departamento de Justiça sobre Epstein. Petições de descarga são um mecanismo para levar uma proposta a voto, mesmo quando a liderança da Câmara normalmente decide quais projetos serão votados.

Massie afirmou que a maior parte das dezenas de milhares de páginas recentemente divulgadas estava “tão editada que se tornava inútil”.

“Eu aprecio o esforço que eles empreenderam”, disse Massie sobre o Comitê de Supervisão, em entrevista a jornalistas na quarta-feira. “Mas o escopo da investigação deles é investigar os investigadores... Eles não estão identificando quem foram os autores desses crimes hediondos de abuso sexual.”

O comitê intimou ex-procuradores-gerais e ex-diretores do FBI, bem como um ex-promotor federal que lidou com o caso Epstein, para determinar se o Departamento de Justiça conduziu mal a acusação.

Massie disse que a Casa Branca está “chamando de ato hostil” o fato de parlamentares assinarem a petição de descarga.

Falando ao Comitê de Regras da Câmara na quarta-feira, Comer pediu apoio à Resolução 668, que dá continuidade à investigação do Comitê de Supervisão. Ele explicou por que o Departamento de Justiça deve ser responsabilizado: “As histórias [das vítimas de abuso sexual] são de partir o coração. O que elas sofreram e suportaram nunca deveria ter acontecido e é revoltante. Elas não foram apenas vítimas de crimes, mas também foram traídas pelo próprio governo”, disse Comer sobre as sobreviventes de Epstein. “Desde 1996, o FBI ignorou denúncias. Depois, procuradores deram a Epstein um acordo camarada para evitar pena de prisão significativa. O governo simplesmente desrespeitou a lei e ignorou as vítimas desses crimes.”

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2. “Nós conhecemos os nomes”

Durante uma coletiva de imprensa no Capitólio, na terça-feira, Massie e o deputado Ro Khanna, democrata da Califórnia, apresentaram sobreviventes de Epstein, alguns dos quais também participaram de uma sessão privada com o comitê completo de Supervisão.

Embora o Departamento de Justiça tenha dito que não existe uma “lista” de clientes de Epstein, as vítimas prometeram divulgar suas próprias listas de culpados.

“Vários de nós, sobreviventes de Epstein, discutimos criar nossa própria lista de nomes”, disse Lisa Phillips, alegada vítima de Epstein, na coletiva. “Nós conhecemos os nomes. Muitos de nós fomos abusados por eles. Agora, juntos como sobreviventes, vamos compilar confidencialmente os nomes que todos sabemos que frequentavam regularmente o mundo de Epstein, e isso será feito por sobreviventes e para sobreviventes; mais ninguém envolvido. Aguardem detalhes. A história está observando, e também as mulheres que virão depois de nós.”

3. O minuto desaparecido

Comentaristas têm frequentemente questionado o minuto desaparecido da gravação de vídeo de segurança da prisão, em frente à cela de Epstein, na noite de sua morte.

O comitê revelou o vídeo do minuto anteriormente ausente na noite da morte de Epstein. O desaparecimento havia gerado considerável especulação.

No entanto, as imagens recuperadas não mostraram nenhuma atividade incomum dentro do bloco de celas.

A procuradora-geral Pam Bondi disse, no início de julho, na Casa Branca: “O que soubemos do Bureau of Prisons é que todas as noites o vídeo é reiniciado, e todas as noites deve haver o mesmo minuto ausente.” No entanto, o minuto em questão — das 23:58:59 de 9 de agosto de 2019 até a meia-noite — apareceu nas novas informações divulgadas.

A Fox News Digital relatou ter usado os dados das câmeras do comitê e combinado dois clipes para observar o minuto anteriormente ausente. Segundo a Fox, o vídeo mostrou que “de fato não houve falha na gravação”, como Bondi havia afirmado.

4. Supervisão investigando espólio de Epstein e registros bancários

O Comitê de Supervisão também solicitou ao Departamento do Tesouro relatórios de atividades suspeitas sobre Epstein e sua associada, Ghislaine Maxwell. Bancos emitem esses relatórios ao Tesouro quando detectam possíveis atividades criminosas.

O comitê intimou Maxwell para prestar depoimento e intimou o espólio de Epstein a fornecer documentos e comunicações não editados sob sua posse, custódia ou controle.

Comer também emitiu intimações ao ex-presidente Bill Clinton e à ex-secretária de Estado Hillary Rodham Clinton para deporem em outubro. Além disso, o ex-diretor do FBI James Comey e os ex-procuradores-gerais Loretta Lynch, Eric Holder, Jeff Sessions e Merrick Garland foram chamados a fornecer informações ao comitê. O ex-procurador-geral William Barr já prestou depoimento ao grupo.

Comer também intimou Alexander Acosta, ex-procurador federal do Distrito Sul da Flórida e ex-secretário do Trabalho, criticado por oferecer um acordo brando a Epstein em 2008, quando o processou por acusações de prostituição. Acosta deverá comparecer para uma entrevista transcrita ainda este mês.

O ex-diretor do FBI Robert Mueller foi dispensado de depor ao comitê devido a problemas de saúde. Ele estava agendado para comparecer na terça-feira.

Fred Lucas é correspondente-chefe de notícias e gerente do Projeto de Reportagem Investigativa do The Daily Signal. Ele é autor de "O Mito da Supressão de Eleitores: O Ataque da Esquerda às Eleições Limpas". 

©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: ‘Stay Tuned’: 4 Keys to Understanding What’s Next in Epstein Probe

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