Ouça este conteúdo
O Colégio Cardeal Católico, reunido em Roma nesta quarta-feira, 7, iniciou seu processo de eleição do próximo papa após a morte do Papa Francisco em 21 de abril.
O processo eleitoral, conhecido como conclave, ocorrerá principalmente na Capela Sistina, no estado da Cidade do Vaticano.
Somente cardeais com idade para votar — aqueles com menos de 80 anos — participam da eleição do novo papa, e o processo eleitoral em si é fechado para qualquer pessoa que não possa participar.
Nos últimos anos, o Vaticano tem se esforçado ao máximo para preservar o sigilo do conclave, realizando varreduras em busca de dispositivos de vigilância e instalando bloqueadores de sinal quando os cardeais se reúnem. Os esforços não são infundados. Alega-se que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) monitorou o Vaticano antes do conclave anterior, em março de 2013. O Departamento de Estado também teria monitorado o Cardeal Jorge Bergoglio anos antes de sua eleição como Francisco .
Mario Enzler, um ex-guarda suíço que protegeu o Papa João Paulo II e visitou Roma recentemente, disse ao The Daily Signal que a “tensão em Roma era palpável”.
No entanto, Enzler disse que estava “confiante de que o novo papa será eleito de acordo com o coração de nosso Senhor para o bem do mundo”.
O conclave propriamente dito é presidido pelo cardeal mais antigo com direito a voto. Neste caso, trata-se do Cardeal Pietro Parolin, que também é considerado um candidato à sucessão de Francisco . Os cardeais utilizam cédulas de papel, que são contadas por seis cardeais escolhidos por sorteio.
Cada cédula retangular traz a frase em latim "Eligo in Summum Pontificem", que se traduz como "Eu elejo como Sumo Pontífice", e um espaço em branco abaixo onde o cardeal escreve o nome do candidato escolhido. A cédula é então dobrada ao meio, um procedimento determinado pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis .
Após a contagem dos votos, eles são colocados em um fogão conectado a uma chaminé temporária no teto da capela. Outro fogão é conectado à chaminé, que recebe produtos químicos durante a queima dos votos para produzir fumaça preta ou branca. A fumaça preta indica que nenhum candidato ainda obteve a maioria necessária de dois terços dos votos, enquanto a fumaça branca anuncia ao mundo que os cardeais escolheram um novo pontífice.
A fumaça foi usada pela primeira vez durante um conclave de 1914, e o fogão de ferro fundido específico tem sido usado desde 1939.
Durante o atual conclave, há 133 eleitores, o que significa que o candidato vencedor precisará de pelo menos 89 votos. A lista para ser o próximo papa inclui cardeais de todo o mundo.
Se um candidato não for eleito na primeira votação, o que é tipicamente o caso nos tempos modernos, os cardeais realizarão duas rodadas de votação, uma na manhã e outra na tarde do dia seguinte. Esse processo continua por três dias, quando os cardeais tiram um dia de folga para oração e reflexão, caso nenhum candidato saia vitorioso. A votação então é retomada, e medidas são tomadas para limitar o número de candidatos ao longo do tempo.
Um conclave não ultrapassa quatro dias desde 1831. Os cardeais ficam isolados no Vaticano, longe das notícias e entregando seus celulares , e longe de pessoas não essenciais durante o conclave. Durante a eleição, eles vivem na Domus Sanctae Marthae, uma espécie de hotel dentro do Vaticano.
Após a eleição vitoriosa, o novo papa é levado à chamada Sala das Lágrimas, onde veste suas vestes brancas pela primeira vez. A sala leva esse nome em homenagem às lágrimas que supostamente foram derramadas por alguns papas anteriores devido ao peso de sua eleição.
Os sinos da Basílica de São Pedro tocarão assim que o novo papa for escolhido. O novo pontífice será então formalmente apresentado ao resto do mundo na sacada central da Basílica de São Pedro com as famosas palavras "Habemus papam", que significam "Temos um papa".
©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: Picking a New Pope: How the Selection Conclave Works
