Nem os ingleses da Companhia de Terras Norte do Paraná poderiam imaginar que a metrópole linear norte paranaense planejada por eles teria, em pouco mais de 70 anos, um dos maiores índices de desenvolvimento de todo o planeta.
Hoje, a macrorregião soma mais de 1,5 milhão de habitantes; produz 20% dos grãos do estado; 100% do etanol e do açúcar; e concentra pouco mais de 16% do PIB paranaense. Porém, devemos reconhecer que ainda nos falta mais competitividade e para isso são imprescindíveis investimentos em logística.
Na última década, estudos mostravam que 70% dos novos empreendimentos no Paraná estavam concentrados na Região Metropolitana de Curitiba. Mas agora já constatamos que 92% dos novos investimentos estão sendo carreados para o Sul do estado.
Além de outros fatores positivos como a proximidade do Porto de Paranaguá, o que mais valoriza a Região Metropolitana de Curitiba é a redução de custos logísticos. Vale lembrar que o alto preço do pedágio entra na conta de gastos futuros e acaba inviabilizando investimentos industriais no Norte e em outras regiões.
Portanto, no momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff investe pesado em novos modais, incluindo o ferroviário, não podemos admitir que o Norte do Paraná seja banido do mapa do crescimento econômico. Não podemos aceitar que as gerações futuras nos responsabilizem pela omissão nesta luta.
É neste sentido que reitero meu apelo, conclamando todas as forças políticas, empresariais e do agronegócio, além de todos os segmentos organizados da sociedade civil, inclusos aí a Fiep, Faep, Faciap, Ocepar e Fecomércio, a se engajarem na luta pela manutenção do traçado original da Ferrovia Norte-Sul.
Pelo traçado original, a ferrovia que corta o país de Norte a Sul, do Maranhão até o Rio Grande do Sul, viria de Panorama (SP), onde está parada, e passaria pelo Norte do Paraná até Guarapuava e Pato Branco, para depois ligar a Chapecó (SC).
Mas o projeto foi alterado, interligando Panorama a Maracajú (MS) e retornando ao Paraná por Guaíra e Cascavel. Nada contra a conquista do Oeste do estado, mas geograficamente fica evidenciado o prejuízo que isso representa para todo o Norte, e o governo do estado também precisa olhar por nós.
Do Norte Pioneiro, passando por Cornélio Procópio, Londrina, Apucarana, Maringá, Paranavaí, Campo Mourão e Cianorte, todos perdem. Jamais poderemos abrir mão de uma ferrovia moderna, com bitola de 1,60m e velocidade média de 70 km/h, que visa fomentar o mercado interno, otimizando a logística e as operações comerciais. Hoje, o trilho da ALL é de bitola métrica e a velocidade não passa de 25 km/h. Importante ainda registrar os avanços significativos que estão obtendo as regiões já cortadas pela nova ferrovia no Norte do país.
A hora é agora! Precisamos somar forças em defesa da macrorregião norte paranaense e exigir que sejamos contemplados no Programa de Investimentos em Logística (PIL). A nossa competitividade, desenvolvimento e o nosso futuro estão em risco. Vamos todos à luta pela Ferrovia Norte-Sul!
Carlos Alberto Gebrim Preto, ex-presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems), ex-ouvidor nacional do SUS e atual prefeito de Apucarana.
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