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IA transforma empregos: você está pronto para a revolução?

A Inteligência Artificial revoluciona o mercado de trabalho; qualificação e políticas públicas são essenciais para que todos se beneficiem. (Foto: Alex Knight/Pexels)

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O mundo passa por uma constante mudança tecnológica desde a Primeira Revolução Industrial, a partir do final do século XVIII. Devido a esse processo, ocorreu grande elevação da produção por trabalhador, e as pessoas experimentaram considerável elevação no padrão de vida.

A Inteligência Artificial (IA), a melhora na capacidade de processamento de computadores e smartphones, o avanço da robótica, além da maior capacidade de transmissão de dados e informações, têm proporcionado grandes mudanças no mercado de trabalho, na forma de relacionamento entre as pessoas e na sociedade.

Estamos em um momento de grandes transformações, talvez a maior que já presenciamos em toda a história. É difícil imaginar um tipo de trabalho que não esteja sendo ou que não será afetado por esse conjunto de novas tecnologias e pela interação existente entre elas.

A IA vem proporcionando algo que as tecnologias anteriores não haviam alcançado: a capacidade de gerar conhecimento, com impactos significativos sobre a mão de obra qualificada.

A IA faz relatórios bem elaborados, auxilia em ideias sobre campanhas de marketing e na elaboração do material de divulgação, faz análise de relatórios e estudos, auxilia no aprendizado e utilização de aplicativos e softwares, traduz e revisa textos escritos, ensina novas línguas, entre muitas outras possibilidades. A IA associada à robótica traz uma infinidade de possibilidades de realização de atividades que hoje são feitas por pessoas.

Recentemente, fui a uma cafeteria onde não havia nenhuma pessoa trabalhando na loja. A escolha do produto e o pagamento são feitos através de tablet, enquanto o produto é preparado e servido por um braço mecânico.

Com a tecnologia existente, já seria possível ter um restaurante, como uma pizzaria, onde os produtos sejam feitos por máquinas, colocados no forno e disponibilizados ao cliente sem nenhuma pessoa para ajudar no processo.

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Qualquer atividade que seja realizada em rotinas semelhantes, como dirigir um carro, poderá — e já está sendo — feita pelo conjunto de novas tecnologias, sem a intervenção de qualquer pessoa

Carros autônomos já podem ser vistos em várias cidades dos Estados Unidos, substituindo a necessidade de pessoas na prestação de serviços. Logo, será comum também a entrega de produtos solicitados via internet sem a necessidade de pessoas para retirar o produto do automóvel e levá-lo até a porta da casa.

Essas tecnologias têm aumentado a produtividade do trabalho, mas também reduzem ou eliminam a necessidade de pessoas em várias atividades. O caminho para se beneficiar nesse mundo de transformações constantes é a qualificação que seja complementar às novas tecnologias.

Os mais preparados e que possuem mais recursos tendem a aproveitar melhor essas novas tecnologias, com possíveis efeitos na distribuição de renda, o que se torna mais relevante quando se pensa nos empregos que serão destruídos nesse processo.

Certamente, o setor público tem um papel, sobretudo na requalificação das classes de trabalhadores que forem mais afetadas pelas transformações tecnológicas, além de atuar mais ativamente em políticas de redistribuição de renda, para que os benefícios das transformações tecnológicas possam ser aproveitados por toda a sociedade. Para aqueles que podem, seria importante se qualificar desde já.

Luciano Nakabashi é doutor em economia e professor associado da FEARP/USP.

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