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Israel acusado, Hamas absolvido – a fraude moral do nosso tempo

Premiê de Israel comparou a ofensiva contra o Hamas à resposta dos Estados Unidos ao 11 de Setembro (Foto: Ronen Zvulun/EFE/EPA)

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A afirmação de que Israel pratica genocídio em Gaza só faz crescer. Atinge professores universitários, estudantes, artistas, jornalistas e políticos – incluindo presidentes de República. Genocídio foi um termo criado pelo advogado judeu Rafael Lemkin. Ele buscava uma tipificação jurídica que contemplasse o extermínio intencional de milhões de judeus por parte de Hitler, na operação nazista conhecida como “Solução Final”. O termo foi internacionalmente aceito. Trata-se de uma definição legal que contempla a tentativa de destruir deliberadamente, em todo ou em parte, grupos étnicos, raciais ou religiosos. Genocida é, portanto, o Hamas.

Em sua Carta está escrito que não haveria lugar para a existência de judeus em terras islâmicas consideradas sagradas. O Hamas criou uma unidade paramilitar intitulada “Forças Nukhba”, assemelhada às “Einsatzgruppen” nazistas. Ambas as organizações – como lembra Jeffrey Herf – tinham o objetivo de matar, indiscriminadamente, judeus. Contudo, a deliberada desinformação tenta transformar Israel em país genocida.

Caso Israel pretendesse liquidar deliberadamente a população palestina como um todo, por qual motivo sua aviação lançaria folhetos e/ou SMSs pedindo que a população local se afastasse dos locais a serem bombardeados? Isso se deve ao fato de o Hamas operar através de uma extensa rede de túneis ao longo de hospitais, escolas e mesquitas. Como explicar que o líder do Hamas, Yahia Sinwar, durante o tempo em que esteve preso, tenha sido operado de um tumor na cabeça por médicos israelenses? Solto, comandou o ataque a Israel em outubro de 2023.

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O Egito faz fronteira com Gaza. No entanto, quem fornece energia à região é Israel. Além disso, também fornece água. E o que dizer de Israel ter aberto seu espaço aéreo para que paraquedas carregando gêneros alimentícios fossem lançados aos habitantes de Gaza? Sem esquecer a entrada de provimentos via terrestre que são, via de regra, capturados pelo Hamas e vendidos no câmbio negro. O Hamas é fonte de instabilidade política.

Expulsou à bala de Gaza membros da OLP numa fratricida disputa pelo poder em 2007. O Hamas não reconhece a Autoridade Palestina. O Hamas é contra a proposta da criação de dois povos para dois países. Essa solução contempla a existência de Israel – e isto é, para eles, inadmissível. Hora de lembrar George Orwell: “Não há rota mais rápida para a corrupção do pensamento do que através da corrupção da linguagem”.

Jorge Zaverucha é mestre pela Universidade Hebraica de Jerusalém e doutor pela Universidade de Chicago.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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