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Presidente Lula se encontrou com o ditador da China, Xi Jinping, e sugeriu que relações comerciais entre os dois países prescindam do uso do dólar.
Presidente Lula se encontrou com o ditador da China, Xi Jinping, e sugeriu que relações comerciais entre os dois países prescindam do uso do dólar.| Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

A sinalização de posicionamento de Lula durante a viagem à China não é só comercial, mas envia uma mensagem geopolítica que afeta, especialmente, a relação do Brasil com os Estados Unidos.

Os jornais americanos Wall Street Journal, The New York Times e Washington Post criticaram a postura do presidente após o encontro com o ditador chinês, Xi Jinping. “O Ocidente esperava que Lula fosse um parceiro, mas ele tem seus próprios planos”, declarou o Washington Post. Além de criticar a hegemonia do dólar, Lula culpou os Estados Unidos pela guerra na Ucrânia. “Xi Jinping, da China, e Lula, do Brasil, assumem postura unida contra os Estados Unidos”, pontuou o Wall Street Journal.

Lula está sendo irresponsável. Os riscos econômicos e políticos ainda são incalculáveis, mas é certo que chegarão.

Durante a viagem ao gigante asiático, Lula fez mais declarações que comprometem a diplomacia com os EUA, destacando que busca “junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial”. Uma manchete do jornal francês Le Figaro define que “Lula joga o Brasil nos braços da China”.

Já o Le Monde, em editorial, trata dos perigos dessa multipolaridade sugerida nos movimentos imperialistas sino-russos. “A Rússia-Eurásia e a República Popular da China assinaram uma aliança, ainda que não seja formalizada por um texto e uma profissão de fé civilizacional, comparável ao Tratado do Atlântico Norte”, descreve o periódico chinês.

A Rússia, que nunca perdoou a dissolução da República Soviética, reforça o retorno do antiocidentalismo. Mais uma vez, a dialética de forças, ambições e projetos geopolíticos colocam o mundo diante de uma bipolaridade.

O Brasil, que tem a China como primeiro parceiro comercial e os Estados Unidos como o segundo, e que até então manteve uma posição de neutralidade a favor da própria economia e de um posicionamento geopolítico seguro, abraça a China e a Rússia, deixando claro para os EUA que está tomando um lado. Lula está sendo irresponsável. Os riscos econômicos e políticos ainda são incalculáveis, mas é certo que chegarão.

Fabio Oliveira é deputado estadual pelo Podemos.

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