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Ninho da serpente: universidades se tornaram santuários do marxismo

UFPR e Polícia Militar
O advogado Jeffrey Chiquini e o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) foram agredidos dentro da UFPR (Foto: Reprodução/Instagram/Anne Dias Oficial)

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Quando o professor Mauro Iasi declamou a plenos pulmões o poema O Interrogatório do Homem de Bem, de Bertolt Brecht, na ribalta do auditório lotado de uma universidade, toda a gente que de fora assistiu à cena se escandalizou com as aspirações de “um bom paredão”, de “boas balas de bons fuzis”, e de “boa pá em uma boa terra”, dirigidas sem rodeios aos aderentes do recém-ressurreto movimento conservador do Brasil. Mas quem a viu da plateia participou de uma salva ruidosa e efusiva de palmas.

Do lado de fora, o espanto: como alguém poderia propor com tanta naturalidade o assassinato de uma classe inteira de pessoas sem nem recear represália? Como uma plateia tão cheia poderia aplaudir a evocação literária de uma chacina política? Mas do lado de dentro, a euforia.

Para as esquerdas o poder político são adereços do domínio: os parlamentos são seu manto, os tribunais são seu cetro, o executivo, sua coroa. Mas as universidades, a forja das mentes e das inteligências do futuro, são seu coração

Com uma estupefação leniente, o mundo ocidental contempla o extermínio político de lideranças conservadoras. Por razões políticas, tentaram matar Jair Bolsonaro no Brasil, Frank Magnitz na Alemanha, Steve Scalise e Donald Trump nos Estados Unidos. Por razões políticas mataram Shinzo Abe no Japão, Sir David Amess na Inglaterra, Miguel Uribe na Colômbia, Fernando Villavicencio no Equador. Inter alia. Eventos ainda sem explicação dão conta das mortes de sete candidatos do partido Alternativ für Deutschland (AfD), num período de treze dias, que antecedia as eleições do estado mais populoso da Alemanha. Intentonas com objetivo de anular adversários políticos eleitoralmente.

O assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, no entanto, embora politicamente motivado, revela algo além, e muito mais nefando. Kirk não era político, nem nada havia que permitisse presumir pretensões políticas de sua parte. Ao contrário daqueles líderes partidários, eleitoralmente, Kirk não era mais do que um militante. No entanto, sua morte foi brutal: um tiro na garganta para calá-lo de uma vez para sempre. Como brutal foram os esfaqueamentos de Bolsonaro e David Amess, e os tiros contra Trump, Abe, Uribe e Villavicencio. Onde está a equivalência? É que os políticos conservadores ameaçam o poder de Estado das esquerdas nos parlamentos, nos executivos, nos tribunais; mas a militância de Kirk na universidade ameaçou a sua hegemonia sobre a consciência da juventude.

Para as esquerdas o poder político são adereços do domínio: os parlamentos são seu manto, os tribunais são seu cetro, o executivo, sua coroa. Mas as universidades, a forja das mentes e das inteligências do futuro, são seu coração. É ali onde a sanha revolucionária resiste e se homizia, quando, eleitoralmente, despe-se dos seus adornos. As universidades são o ninho da serpente.

Se Bolsonaro, Trump e quejandos constrangem institucionalmente os interesses das esquerdas, e já por isso são alvos das suas invectivas, Kirk, perto demais do epicentro do seu poder real, exasperou ainda mais os ânimos dos revolucionários. Como uma cadela protege a sua cria, as esquerdas olham por sua hegemonia acadêmica, com rosnados e mordidas, facas e “boas balas de bons fuzis”.

Como Kirk em vida, o advogado Jeffrey Chiquini foi acossado por estudantes na Universidade Federal do Paraná, não por outra razão: aproximar-se demais do núcleo duro do poder real dos revolucionários. Calado, retido, expulso e, por pouco, inteiro.

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A exibição do documentário O Jardim das Aflições, de Josias Teófilo, que retrata a vida e o pensamento do filósofo Olavo de Carvalho, terminou num desastre violento na Universidade Federal de Pernambuco, em 2017, quando alunos do “Comitê de Luta contra o Golpe” agrediram aos murros e chutes os espectadores. Como na hostilidade militante contra Chiquini, o mesmo grito de ordem: “recua!”.

O desespero é a confissão da preciosidade do que escondem. Cada universidade no ocidente é uma horcrux do marxismo. É aí onde as esquerdas, elas próprias inférteis por convicção, sobrevivem e se projetam, de geração em geração, até o almejado fim da história. O ódio assassino é, por princípio, o leitmotiv dos espíritos revolucionários. Seria ingenuidade pensar que, no pavor do desvanecimento, quando mais próximo da hegemonia do “intelectual coletivo” a direita tateia, não se acastelariam no seu último bastião de poder, prontos para, na primeira chance, prender e matar.

Bruno Marques Rodrigues Aires é advogado.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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