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Artigo

O apelo de um santo aos artistas do mundo

A Via-Sacra no Coliseu de 2004 foi a última de que João Paulo II participou pessoalmente; no ano seguinte, as imagens do papa doente em sua capela, segurando um crucifixo enquanto acompanhava a cerimônia pela televisão, correram o mundo. (Foto: EPA/Patrick Hertzog)

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“Faço-vos um apelo a vós, artistas da palavra escrita e oral, do teatro e da música, das artes plásticas e das mais modernas tecnologias de comunicação. Este apelo dirijo-o de modo especial a vós, artistas cristãos: a cada um queria recordar que a aliança que sempre vigorou entre Evangelho e arte, independentemente das exigências funcionais, implica o convite a penetrar, pela intuição criativa, no mistério de Deus encarnado e, contemporaneamente, no mistério do homem.”

Este foi o apelo feito por São João Paulo II em sua Carta aos Artistas, enviada na Solenidade da Páscoa da Ressurreição, em 4 de abril de 1999, quase vinte anos depois de sua viagem apostólica a Curitiba. Nesta carta, o santo salientou a íntima união entre arte e religião, provando que, para a arte, é necessário um chamado. O artista não é um simples agente social ou profissional que produz obras — possui uma vocação única e irrepetível. Fazer arte não é sua forma de sustento, é sua essência, parte constituinte de seu ser. Negligenciar isso é abrir mão de si mesmo e se condenar a uma vida de frustrações e infelicidades.

O papa reforçou a compreensão de que toda pessoa possui em si a responsabilidade de fazer da própria vida uma obra-prima. O artista, porém, carrega uma estrutura diferente, de tal forma que, se não colocar seus talentos a render em vista do bom, belo e verdadeiro, correrá o risco de perder a única via pela qual Deus escolheu para sua santificação e para chegar a ser a melhor versão possível de si mesmo.

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Karol Wojtyła foi um artista. Sua alma sensível sempre foi atraída pelo teatro, pela música e pela literatura, e utilizou disso para transformar a mentalidade e o coração das pessoas. Aos 40 anos, cerca de 18 anos antes de ser eleito papa, João Paulo II escreveu uma peça de teatro sobre a dignidade do amor humano e a complexidade da vida matrimonial, provando como tal vocação é exigente.

Para manter viva a chama artística que incendiava o coração do papa do amor e da juventude, a ARETÉS – Cia. Teatral Católica, que o tem como padroeiro, adaptou a obra A Loja do Ourives para fazer sua estreia com grandes espetáculos nos palcos de Curitiba (PR). Essas e outras obras têm como objetivo levar aos palcos tal visão de arte, permitindo que atores amadores de todas as idades façam experiência de arte de verdade e possam voltar a sonhar com a possibilidade de viver através da arte — tão destruída em nosso século. Essa experiência será compartilhada com a plateia que tiver a coragem e ousadia de prestigiar o espetáculo “Alianças – o amor determina o futuro”, com estreia marcada para 14 de junho, às 20 horas, no Teatro TUX, no UP Experience. Uma oportunidade de saborear uma obra de arte escrita por um santo e em resposta ao apelo feito aos artistas diretamente da cátedra de Pedro.

Pedro Augusto Rossi, professor e artista, graduado em Pedagogia, pós-graduado em História e Ensino de Arte, pós-graduando em Docência em Teatro, presidente Fundador da Aretés - Companhia Teatral Católica, diretor geral do espetáculo “Alianças – o amor determina o futuro”.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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