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Recentemente, o juiz federal Sergio Moro foi homenageado pela Associação Comercial do Paraná e outras entidades do nosso estado. Para receber a maior honraria que a ACP oferece aos seus homenageados, a Comenda Barão do Serro Azul, Moro fez apenas uma exigência: de que não houvesse políticos no evento. Não que ele fosse fazer um discurso desancando a classe política; ao contrário, seu discurso foi breve e simples, sem nem sequer fazer qualquer menção a algum político.

Seguindo o exemplo do juiz Sergio Moro, lanço a seguinte campanha: “Desprezem os políticos”. Apesar de não gostar de generalizar nada em termos de pessoas e, da mesma forma, achar que não todos os políticos que merecem nosso desprezo, entendo que é uma campanha necessária. Lembrando o filósofo alemão Georg Lichtenberg, “quando quem governa perde a vergonha, o povo perde o respeito”.

Com poucas e honrosas exceções, os políticos brasileiros provam que são todos iguais

Chega de achar que político é autoridade, de chamá-lo de “Sua Excelência”. Não mais os cumprimentem, não estendam suas mãos para apertos de mão, virem a cara se algum deles for passar por você; se for cruzar com algum deles, atravesse a rua, desvie seu caminho, finja que não os viu, não os convidem para nenhum evento, homenagem, palestra, festas ou casamento, a não ser que sejam seus parentes.

Ignore-os, mostre seu desprezo por eles, pelo que eles representam e pelo que fazem (ou principalmente pelo que não fazem). E, obviamente, não contribuam com doações para suas campanhas. Vamos todos sair lucrando.

Com poucas e honrosas exceções, os políticos brasileiros provam que são todos iguais, raposas do mesmo balaio. Depois de eleitos, se esquecem dos eleitores, fazem da política uma profissão e vivem às custas do povo brasileiro, verdadeiros parasitas da sociedade. É uma casta de privilegiados que se fecham em copas, em conluio, que se defendem mutuamente. Deles, uma maioria desprezível está envolta em casos de corrupção.

Para citar exemplos, vejam o caso do deputado Eduardo Cunha. Com batom na cueca, cópia de passaporte e assinaturas, provas de que roubou e desviou dinheiro, continua no comando da Câmara Federal, a maior casa do Congresso. Como ser governado por uma pessoa deste nível, agora enroscado por decisão da Comissão de Ética da Câmara, mas que continua no cargo com aval de seus pares? Como podemos ser tão condescendentes?

Outro caso escabroso é o da própria presidente da República, Dilma Rousseff, que burlou leis, entre as quais a de responsabilidade fiscal; faliu o país; encobertou e participou do maior escândalo de corrupção do Brasil, na Petrobras; mentiu na campanha das últimas eleições, destruiu a economia; e continua no cargo mesmo assim? Vamos ver agora como será o comportamento dos deputados e senadores com o pedido de abertura do processo de impeachment aceito por Eduardo Cunha contra a presidente. Façam a sua aposta: votarão a favor de acatar o pedido ou contra?

E o ex-presidente Lula, sempre ele, o pior exemplo de como pode ser o comportamento de um péssimo político. Deveria ser expatriado para Cuba, mas ainda aparece nas pesquisas de intenção de votos. Como isso pode acontecer, não fosse a inconsciência do brasileiro e o conluio da classe política?

O país está incrédulo com tantos exemplos de corrupção, de abuso do poder e da falta de transparência que caracterizam os maus governantes e a maioria dos políticos.

Vivemos em uma eterna ressaca de notícias que nos chocam e nos deixam indignados. Por isso a minha campanha: vamos execrar os políticos, mesmo sabendo de sua extrema importância, quando dignos, para manter a democracia em nosso país. Os bons não merecem pagar pelos maus.

Cláudio Slaviero, empresário e ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, é autor de “A vergonha nossa de cada dia”.
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