As recentes pesquisas divulgadas sobre a disputa eleitoral de 2014 para a Presidência da República apontam Dilma Rousseff e Aécio Neves liderando a corrida eleitoral. Já para o governo do estado do Paraná, mostram que a briga tende a ficar entre Beto Richa, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião. A divulgação e a regulação das pesquisas de opinião são temas controversos e que trazem um intenso debate entre os especialistas no assunto. Entre as questões mais polêmicas, destaco o debate sobre o período de restrição para divulgação de prévias eleitorais, sobre a regulação das informações técnicas e políticas para a compreensão correta dos resultados divulgados, e sobre o quanto as pesquisas pré-eleitorais influenciam o eleitorado, informam ou desinformam os cidadãos.
Estas questões se desdobram em dois pontos principais: o primeiro é a defesa da livre divulgação de prévias eleitorais, que recai sobre a ênfase no direito básico à informação e ao conhecimento, pelos eleitores, dos aspirantes a cargos em uma campanha. O contraponto a esse posicionamento defende a não divulgação das pesquisas porque a opinião pública é um espaço sem autonomia e facilmente manipulável pela divulgação de pesquisas.
O segundo ponto é o que mais nos interessa neste momento e diz respeito à seguinte pergunta: os resultados das pesquisas, quando divulgados, exercem algum tipo de efeito sobre a decisão do eleitor? Nesse quesito, alguns estudos sobre o comportamento eleitoral têm mostrado que o impacto dos resultados das pesquisas depende de situações específicas do jogo político e do grau de confiabilidade que as pesquisas possuem no contexto das campanhas eleitorais. Ou seja, os resultados divulgados não influenciam diretamente a opinião do eleitor, mas são refletidos pelo eleitor a partir das informações presentes na mídia e das conversas que os eleitores mantêm entre si sobre as campanhas eleitorais.
Portanto, para identificar o impacto das pesquisas, resta saber qual a posição que o assunto campanha eleitoral está ocupando hoje na agenda midiática e na agenda pessoal dos eleitores brasileiros.
Doacir Gonçalves de Quadros, doutor em Sociologia Política, é professor de Ciência Política e coordenador do grupo de pesquisa Meios de Comunicação e Política do Centro Universitário Uninter.
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