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Em período eleitoral, como o que acabamos de viver, os brasileiros se acostumaram a acompanhar os resultados das pesquisas e, com base nisso, encaminhar as suas decisões. Para quem trabalha no mercado da comunicação, sempre em busca de audiência, como os veículos de rádio, essa realidade é diária. As pesquisas são o balizador do trabalho, guiando a produção de conteúdo e a escolha da programação.

Em 2014, completei minha maioridade no rádio e, depois de 18 anos dedicados ao meio, faço um balanço sobre a evolução do veículo ao longo do tempo e seus desafios e problemas, que não são poucos. Como sabemos, rádios são concessões públicas e devem ter uma atuação social permanente. Como toda a sociedade, o meio rádio avançou muito tecnologicamente – a migração da AM para a FM será mais um passo –, mas e o tão falado conteúdo radiofônico? Em que proporções ele avançou?

Ouvindo muitas emissoras e conversando com grandes profissionais da área, concluo que o rádio evoluiu, mas não muito. Evoluímos porque, depois do movimento de segmentação do meio, hoje temos rádios de notícias, esportes, música brasileira, rock, rádios apenas com informações de trânsito. Já ouvi, certa vez, que temos conteúdo para todos os gostos e que não falta nada nas programações espalhadas ao longo do planeta além de verba publicitária.

Porém, apesar dos avanços, a situação mais comum é o veículo ficar preso ao ciclo que tende a se repetir, buscando audiência por audiência, com fórmulas prontas e, claro, correndo atrás da sustentabilidade financeira. Justamente por isso, continuo acreditando que o rádio pode e deve ousar mais e contribuir mais com a sociedade.

Este ano, o Ibope Media entregou a pesquisa "Hábitos e preferências dos ouvintes de rádio FM da Grande Curitiba". Encomendada pela Clube FM, emissora com 36 anos de história, o levantamento é considerado a primeira pesquisa brasileira com foco em responsabilidade social nas rádios. Com 2,1 mil respondentes, encontramos entre os resultados da pesquisa a informação de que 51% dos entrevistados identificam a promoção de campanhas sociais e de conscientização como sendo uma das principais formas de as emissoras contribuírem com a sociedade. Além disso, 46% dos respondentes revelaram que campanhas de doações e arrecadações são as principais iniciativas que uma emissora de rádio deve realizar para ser considerada pelos ouvintes uma rádio socialmente responsável.

Além de pistas e ideias para melhorar esse tipo de ação, fica a certeza de que o rádio ainda pode evoluir muito na grade de programação quando o assunto é responsabilidade social. Com esses resultados, continuo acreditando que o rádio ainda pode contribuir muito mais com a sociedade além do que já faz no cenário atual. O que falta é um pouco mais de planejamento e, principalmente, coragem para colocar novas propostas no ar.

Rogério Chiocchetti é coordenador de Produção de Rádios da Lumen Comunicação, pertencente ao Grupo Marista.

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