Israel está desapontado com o relatório publicado em 15 de setembro de 2009, pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDHNU), que descreve injustamente a defesa de Israel de seus cidadãos como crimes de Guerra, enquanto ignora a estratégia deliberada do Hamas de executar suas ações dentre sua população civil.
Ao lançar dúvidas sobre a motivação de Israel sobre o lançamento de sua operação contra o Hamas, o relatório desconsidera os oito anos de bombardeios constantes de 12 mil foguetes contra o país e questiona os direitos de Israel de proteger seus cidadãos. O relatório culpa Israel até por ter sido atacado por mísseis, chamando os ataques de "represálias".
Consequentemente, a mensagem enviada por esse relatório para a nova ordem mundial é: "o terrorismo vale a pena".
Entretanto, Israel não ficou surpreso. O Relatório Goldstone é, mais do que qualquer outra coisa, uma declaração política e não uma análise legal dos fatos.
Quando o CDHNU, que tem um mandato para lidar com todas as questões de direitos humanos no mundo, dedica mais tempo a Israel do a que todos os outros países onde há problemas, isso pode ser não mais do que uma agenda organizada por motivos políticos e não profissionais.
Em seu zelo para denegrir Israel, o CDHNU já chegou ao ponto de produzir um documento que mina todas as outras democracias que estão lutando para se defender de ataques terroristas.
Mas o que mais pode ser esperado de um conselho cujos membros incluem renomados guardiões dos direitos humanos como Cuba, Arábia Saudita, Nicarágua, Paquistão, Qatar etc?
E não deve ser nenhuma surpresa que o mandato designado pelo conselho em relação à Missão Goldstone tenha sido unilateral e preconceituoso. Nele, o CDHNU "condenou fortemente a operação militar israelense ( ) a qual resultou em violações maciças dos direitos humanos", e enviou uma missão para investigar todas as violações das leis internacionais de direitos humanos e leis humanitárias internacionais pelo poder de ocupação, Israel, contra o povo palestino. Além de não fazer nenhuma menção de quaisquer violações por parte dos palestinos, o relatório estabeleceu primeiramente a culpa de Israel e depois enviou Goldstone para obter provas.
Israel pode se confortar com o fato de que os membros minoritários do CDHNU países como a Suíça, Canadá, Coreia, Japão e outros membros da União Europeia se recusaram a apoiar a resolução politicamente motivada de estabelecer esta missão.
Muitos líderes de direitos humanos no mundo, incluindo Mary Robinson, se recusaram a chefiar essa missão, porque esta era, em suas próprias palavras "guiada não por direitos humanos, mas pela política".
Os quatro membros indicados pelo CDHNU para tomarem parte da Missão declararam publicamente sua opinião de que Israel é culpado, mesmo antes do relatório. Isso sobressai nas duas cartas publicadas por Christine Chinkin, membro da missão, durante os combates em Gaza, em que acusou Israel de "violações repetidas dos direitos humanos internacionais" e declarou que "os bombardeios de Gaza por Israel não são autodefesa, e sim crime de guerra".
Até o momento, Israel já iniciou investigações em mais de 100 alegações sobre a conduta de suas forças durante a operação em Gaza. A maior parte dessas investigações foi encerradas porque não havia bases para as alegações. Entretanto, 23 investigações criminais foram iniciadas e ainda estão em curso.
Este, então, é o momento apropriado para clarificar essa questão e fornecer apoio para os estados democráticos legalmente engajados em sua autodefesa contra entidades terroristas. Israel tem o direito e a obrigação de proteger seus cidadãos e continuará a fazê-lo, enquanto respeita inteiramente as leis internacionais.
Giora Becher e embaixador de Israel



