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Operação no Rio: é preciso dosar a Espada da Lei e a Compaixão do Evangelho

Secretário de polícia diz que criminosos podem ter decapitado um dos mortos em operação na zona norte do Rio. (Foto: André Coelho / EFE)

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O Salmo 55.23 discursa sobre a brevidade da vida dos violentos e nos leva a refletir sobre a recente operação no Rio de Janeiro. “Tu, porém, ó Deus, os farás descer ao fundo da cova; homens sanguinários e fraudulentos não viverão metade dos seus dias. Eu, porém, confiarei em Ti” (Salmo 55.23). O Salmo 55 é um grito de um homem traído, cercado por crime e falsidade, que clama a Deus no meio do caos. Davi olha ao seu redor e vê pessoas que avançam pelo caminho da violência como se fossem invencíveis, mas conclui algo profundo: o mal é autodestrutivo. Ele diz: homens violentos “não viverão metade dos seus dias”.

Davi observa a brevidade do perverso. Ele sabe, e nós também sabemos, que quem semeia destruição, cedo ou tarde, colhe destruição (Gl 6.7). A estrada da violência é curta porque ela termina nela mesma. Eu lamento profundamente a morte dos policiais na operação de ontem no Rio de Janeiro, mas não posso deixar de lamentar pelas outras vidas que se perderam.

Não romantizamos o crime. Não fechamos os olhos para o mal. Não negamos o direito do Estado de agir com firmeza para proteger inocentes e restaurar a ordem. Mas também não perdemos a humanidade

Ao mesmo tempo em que temos a doutrina bíblica da responsabilidade humana, também temos a compaixão cristã. Devemos resistir à ideia de glamourizar o mal e, da mesma forma, resistir a desumanizar os envolvidos. Não celebramos o fim da vida de ninguém, porque o Evangelho nos ensinou a chorar até pelos que escolheram o caminho errado.

Não romantizamos o crime. Não fechamos os olhos para o mal. Não negamos o direito do Estado de agir com firmeza para proteger inocentes e restaurar a ordem (Rm 13.4). Mas também não perdemos a humanidade. Mesmo quando a colheita chega (e ela sempre chega), nós lamentamos.

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As Escrituras nos revelam um aspecto ainda mais surpreendente do coração de Deus: “Deus não tem prazer na morte do ímpio, mas deseja que ele se converta e viva” (Ezequiel 33.11). Segundo o apóstolo Pedro, Ele não quer “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3.9). Sabemos que Deus é justo, que a semeadura gera colheita, mas que, enquanto houver vida, ninguém está fora do alcance da graça.

O coração de Deus não vibra com os CPFs cancelados; antes, deseja o arrependimento, a conversão e a transformação de cada indivíduo. Assim, bandido bom é bandido convertido. Oremos pelo Rio de Janeiro!

João Batista Araújo Carvalho Lima é teólogo, professor universitário, escritor e fundador da Comunidade das Nações.

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