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“Um dos primeiros objetivos da educação é preservar os filhos de seus pais. Não me parece bom, portanto, submeter permanentemente os filhos aos pais. A escola ensina muito mais do que os conteúdos aplicados nela, como a conviver com pessoas de que não temos razões para gostar, e que às vezes até não gostamos, mas que precisamos respeitar.” (Zero Hora, 28 de outubro de 2015).

A origem desta famigerada frase acima é do filósofo espanhol Fernando Savater, que esteve no Brasil para um evento chamado Fronteiras do Pensamento. Seu eco foi ouvido nas palavras do procurador do estado do Rio Grande do Sul Luiz Carlos Kothe Hagemann e pelo ministro do STF Luiz Fux, enquanto participavam do julgamento do RE 888.815, que tratava de um caso de repercussão geral sobre a constitucionalidade da educação domiciliar.

Houve um flagrante ataque a soberania da família e uma exacerbação do poder coletivizador do Estado

Entre tantas aberrações ditas pelos “supremos” ministros do STF, em especial na fala de Fux, está o germe de nefastas ideias que têm consequências ainda mais graves. Houve um flagrante ataque à soberania da família e uma exacerbação do poder coletivizador do Estado. As ideias totalitárias e tipicamente socialistas dos ministros podem levar a enxergar as crianças como propriedades do Estado e os pais, como inimigos da pátria, à medida que exercem o direito sagrado de educar os seus filhos conforme suas convicções e ideais.

Está em curso no Brasil um perigo iminente, isto é, aquilo que José Giusti Tavares chamou de “democracia totalitária”. A antiga concepção família-sociedade-Estado está sendo substituída pelo binômio Estado-servo. As noções mais básicas de cidadania estão sendo vilipendiadas, os direitos humanos mais básicos estão sendo relativizados e uma poderosa agenda de transformação social está sendo implementada aos trancos e barrancos com a dinamitação do solo onde pisamos, a família.

Leia também: Lugar de criança e lugar do Estado (artigo de Rick Dias, publicado em 29 de agosto de 2018)

Leia também: O que ganhamos com o homeschooling (artigo de Viviane Canello, publicado em 15 de novembro de 2016)

Quando se reafirma que a escola (entenda-se o Estado) serve para preservar os filhos dos pais, significa que o Estado tem a sua própria ideologia, seu modo de agir, pensar e crer.

Neste caso, contra o poder massificador e “igualitário” do Estado, batem-se corajosos pais homeschoolers, que, à moda dos hobbits do Condado, só querem educar seus filhos em paz conforme suas consciências. A guerra pela liberdade teve mais um capítulo; perdemos uma batalha, mas não vamos esmorecer e, se cairmos, vamos cair lutando.

Gustavo Abadie é presidente do Pró-Família-RS e pai homeschooler de cinco filhos.
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