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PUCPR: uma história à prova de fogo

Incêndio na PUCPR
Incêndio na PUC-PR atingiu um dos blocos do campus mas não deixou feridos. (Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná)

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No dia 15 de abril, em Curitiba, uma grande turma se uniu diante de uma triste notícia: um incêndio de grandes proporções atingiu a Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR. Um misto de sentimentos veio à tona — preocupação, tristeza, vontade de chorar, de ajudar, de estar junto.

Para muitos, assim como para mim, a PUCPR foi casa durante anos. Da graduação ao doutorado, foi lá que vivi uma trajetória acadêmica intensa, marcada por desafios, conquistas, amizades, refeições nos restaurantes do campus, trocas com professores e colegas. A PUC molda não apenas carreiras, mas pessoas. E, naquele dia, como em um chamado invisível, até os grupos antigos de WhatsApp — aqueles silenciados há tanto tempo — voltaram à vida. Todos unidos por um sentimento comum: solidariedade.

Queimam-se prédios, mas não se apaga a essência. A PUCPR é maior que seu campus. Está espalhada por toda a sociedade, em cada um de nós que carrega com orgulho o nome dessa casa

Nada é mais fiel à grandeza de uma universidade do que o reconhecimento fiel de um ex-aluno, um digno “Filho da PUCPR”. Porque é disso que a PUCPR é feita: de histórias vivas, de gente, de trajetórias que seguem irradiando o que foi aprendido e vivido ali. A voz de quem passou pelos corredores da PUC é também o testemunho de sua força e de sua essência.

As universidades, especialmente as boas universidades, são instituições únicas. Não funcionam como empresas convencionais. São complexas, vivas, e cheias de histórias. São sui generis porque formam não apenas profissionais, mas seres humanos. E quando uma tragédia como essa atinge uma instituição com tanto valor, parece que tudo desmorona. Mas a verdade é que, em situações assim, elas renascem. Porque sua força vai além das paredes: está presente em cada pessoa que passou por ali, em cada vida que ajudou a transformar.

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Queimam-se prédios, mas não se apaga a essência. A PUCPR é maior que seu campus. Está espalhada por toda a sociedade, em cada um de nós que carrega com orgulho o nome dessa casa. E quando a dor bate à porta, é com alma humana, com coração sincero, que me solidarizo — em nome de todos os estudantes que, como eu, tiveram a sorte de serem formados pela PUCPR.

Lembro aqui das palavras do saudoso reitor emérito, Ir. Clemente Ivo Juliatto, que costumava dizer que recebíamos dois diplomas: um de bom profissional, outro de gente boa. Hoje, uso meu diploma de gente boa para me unir à PUCPR com fé no futuro, espírito solidário e gratidão profunda. Porque é assim que seguimos: juntos, transformando a dor em reconstrução e as cinzas em recomeço. Esta será mais uma história de superação.

Haroldo Andriguetto Junior é doutor em Educação, mestre e bacharel em Administração, todos pela PUCPR. Atualmente é presidente do SINEPE/PR e diretor e mantenedor da Escola O Pequeno Polegar.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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