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Quem inova são as pessoas e as empresas são os lugares ideais para a aplicação do conhecimento, da criatividade e da imaginação

Pressionado entre a competição empresarial das nações mais desenvolvidas e os países emergentes, com padrão salarial mais reduzido, como a China e a Índia, o Brasil precisa redobrar esforços para aumentar a produtividade e a qualificação no trabalho. O país necessita ocupar mais espaço no mercado globalizado para gerar empregos adequados, e isso também passa pela constante inovação e aperfeiçoamento da formação da mão de obra de qualidade.

Felizmente, estamos trabalhando nessa direção. A Federação das Indústrias do Paraná – alinhada com o governo federal e a Confederação Nacional da Indústria – está contribuindo para que o país atinja a meta de dobrar o número de trabalhadores qualificados, até 2014. Vamos dar um salto de 2 milhões para 4 milhões no número de novos profissionais, devidamente capacitados para entrar no mercado de trabalho.

Para o Brasil se desenvolver, precisamos investir em gente. Como a tecnologia se aperfeiçoa a cada instante e, com isso, também mudam os padrões produtivos, é preciso estar constantemente formando e educando as pessoas. Não bastam os recursos naturais, a maior riqueza de um país são mesmo os seus recursos humanos.

O conhecido Sistema "S", entre outras ações, responsável pela capacitação de mão de obra especializada para a indústria, é o caminho para colocarmos técnicos mais bem preparados nas empresas e resolvermos a questão da escassez de profissionais qualificados.

No Paraná, o Sesi e o Senai, por exemplo, redobraram seu foco institucional, nos últimos oito anos. O número de matrículas saltou de 40 mil para 500 mil, em seus programas educacionais. Uma oportuna novidade foi a criação da maior rede particular de ensino do Paraná, o Colégio Sesi. São 12 mil alunos estudando com uma metodologia inovadora, que preza a criatividade, o empreendedorismo e a autonomia dos estudantes.

Agora, com o lançamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego, do governo federal, acreditamos que teremos um importante reforço para combater o problema da falta de mão de obra especializada no país. Serão aplicados R$ 3,5 bilhões em novas escolas técnicas do Senai, Sesi, Sesc e Senac, além de construídos centros de excelência no ensino técnico e aplicados recursos em bolsas de estudo e financiamento estudantil.

Isso deve ajudar a equilibrar a demanda, pois em alguns setores da economia faltam trabalhadores especializados enquanto que muita gente sem preparo continua desempregada. Em muitos casos, técnicos bem preparados podem até ser mais bem remunerados do que alguns profissionais que têm curso superior. Como exemplo de técnicos qualificados com bons salários no mercado posso citar as profissões de torneiro mecânico, mestre de obras e soldador, principalmente os que vão trabalhar em projetos como os de extração do pré-sal.

Em que pese todo o trabalho já realizado, reconhecemos o grande obstáculo histórico representado pela insuficiente educação brasileira. Superá-lo demandará a união de esforços de toda a sociedade, inclusive com trabalhadores e empresários atuando conjuntamente na busca por soluções para essa questão, que é de interesse comum.

Só assim poderemos capacitar a todos, dos dirigentes mais estratégicos até os operadores de linha de produção. Afinal, quem inova são as pessoas e as empresas são os lugares ideais para a aplicação do conhecimento, da criatividade e da imaginação. Sempre em prol do desenvolvimento e da qualidade de vida de todos nós.

Edson Luiz Campagnolo é vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná.

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