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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A eleição ganha em primeiro turno pelo candidato Carlos Roberto Massa Júnior (PSD), com larga e expressiva vantagem (3,2 milhões de votos, ganhando em 95,7% das cidades do Paraná), anuncia um novo porvir ao Estado. Legitimidade popular não lhe falta no momento. Ademais, a coligação do vencedor (composta por PSD, PSC, PRB, PR, PHS, Avante, PPS, PV e Podemos) aglutina o maior número de eleitos da Assembleia Legislativa (19), e há sabidamente uma boa interlocução do governador eleito com os demais partidos, a despeito da renovação das cadeiras da casa, o que certamente viabilizará as suas decisões políticas, sem a necessidade de embates homéricos e meramente ideológicos. Metodologia deverá ser a nova palavra de ordem.

Em Brasília o cenário é extremamente positivo ao Palácio da Iguaçu. Das duas vagas ao Senado Federal disputadas, a primeira ficou com o empresário Oriovisto Guimarães, do mesmo partido do já senador Álvaro Dias, o Podemos, presente na construção da vitória eleitoral do novo governador. Oriovisto foi doador relevante para vários candidatos da coligação. Flávio Arns (Rede) já se pronunciou pelo entrosamento dos senadores eleitos, evidenciando articulação em favor do Paraná. Na Câmara baixa, a bancada paranaense eleita (30) é de maioria aliada a Massa. Só a coligação elegeu treze: Sargento Fahur (PSD), Sandro Alex (PSD), Ney Leprevost (PSD), Paulo Martins (PSC), Aroldo Martins (PRB), Luizão Goulart (PRB), Giacobo (PR), Luiz Nishimori (PR), Christiane Yared (PR), Rubens Bueno (PPS), Leandre (PV), Vermelho (PSD) e Diego Garcia (Podemos).

O encontro entre a atual governadora Cida Borghetti e o governador eleito ensejam que a transição será tranquila

Como fecho, as pesquisas de segundo turno indicam que o próximo chefe do executivo do país será Jair Bolsonaro (PSL), que apoiou Carlos Roberto Massa Júnior, em detrimento da candidatura de Ogier Buchi, de mesmo partido do presidenciável. O governador eleito já declarou publicamente seu apoio ao 17, dará palanque ao capitão, coordenando sua campanha e aumentando a onda no sul do país. Vínculos de cordialidade que são sempre valorosos no meio político. Os poderes executivos Federal e Estadual têm grandes chances de estar, portanto, azeitados em suas relações políticas, o que não ocorria em plenitude com os antecessores eleitos. Atrair investimentos para infraestrutura, saúde, educação e segurança, prioridades anunciadas pelo governador eleito, será facilitado com este panorama.

O corte do número de secretarias e dos gastos públicos supérfluos, da burocracia e dos impostos, bem como a viabilidade de maior transparência da gestão e valorização dos servidores, promessas de campanha, indicam as prioridades do futuro governo. Integração das forças de segurança, regionalização dos centros de especialidades de saúde, e intercâmbio de alunos da rede estadual, simbolizam inovações e mudanças de paradigmas.

O encontro republicano em 18 de outubro de 2018 entre a atual governadora Cida Borghetti e o governador eleito ensejam que a transição será tranquila, sem esconde-esconde de dados, facilitando a continuidade da máquina sem traumas aos cidadãos.

Leia também: O Paraná que ainda queremos (artigo de José Lúcio Glomb, publicado em 9 de setembro de 2018)

Leia também: A vitória e os desafios de Ratinho Junior (editorial de 18 de outubro de 2018)

A despeito deste momento singular, temas imbricados devem pautar a agenda governamental e do legislativo nos próximos anos no Paraná. Verdadeiros testes às forças de articulação dos grupos políticos, em especial do governador eleito: o fim dos atuais contratos de pedágio, a faixa de infraestrutura, a Escarpa Devoniana, o reajuste do funcionalismo, a situação fiscal do Estado, são exemplos espinhosos, geradores de conflito extremo.

Somente com pluralismo de ideias e discussão verdadeiramente democrática, à luz do dia, os lobbies dos interessados poderão ser equilibrados para afluirem ao interesse público, evitando-se à corrupção. Tarefa árdua, mas não impossível, com mecanismos de controle administrativo efetivos (o governador eleito já acenou com a implementação de compliance nos contratos público) e fomento à participação popular.

As escolhas dos secretários de estado, do novo presidente da Assembleia Legislativa, e do líder do governo são peças chaves neste tabuleiro, sempre imbricado.

Carlos Roberto Massa Júnior expressou o objetivo de fazer do estado o mais moderno do Brasil, enterrando o velho jeito de fazer política. Fato é que o progresso não aparece sem mudança. Está posta a chance do Paraná ser luzeiro, revigorando seu fulgor. Avante, para o porvir.

Diego Nogueira é doutorando em Políticas Públicas.
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