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Setor de saúde também precisa de bons gestores

Imagem ilustrativa. (Foto: Bigstock)

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Há algum tempo, muitos profissionais da área de saúde pouco se preocupavam com a gestão do seu negócio. Havia muita demanda de pacientes, pouca concorrência e os planos ou seguros de saúde ainda não tinham se proliferado no Brasil. Era relativamente fácil cuidar da gestão da saúde com um fluxo adequado de dinheiro nas  mãos. A carreira seguia em frente e o mercado de trabalho era promissor, não apresentava motivos para preocupações.

Atualmente, esse cenário mudou muito. Hoje, é raríssimo encontrar um profissional desse segmento que se dedique integralmente às questões técnicas da sua profissão. Um médico, por exemplo, precisa preencher uma série de documentações administrativas para ter direito a receber seus honorários, além, é claro, de precisar registrar muitas informações sobre sua área de atuação.

Outro fator interessante é que a maioria das faculdades que atuam na área de saúde priorizam, por lógica, disciplinas relacionadas à aprendizagem técnica e raríssimas vezes incluem assuntos relacionados à gestão. Mesmo nesses casos, quando a gestão passa a fazer parte do ensino, o acadêmico continua valorizando pouco esse tipo de formação.

Por outro lado, vemos uma nova tendência surgindo no horizonte da formação profissional. Trata-se de um movimento diferente do que temos visto no mercado: preparar uma nova geração de profissionais apaixonados pelo segmento da saúde, mas que não desejam necessariamente se formar também em medicina, por exemplo. A ideia é trazer uma nova visão criativa, inovadora e humana para solucionar desafios em qualquer negócio da saúde, seja em hospitais, clínicas, planos de saúde e outros.

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O que fica claro é que determinadas habilidades podem ser desenvolvidas mesmo por quem tem apenas formação técnica na área de saúde. A dica de ouro para aprender sobre gestão é priorizar o estudo e a prática de ferramentas de gestão da qualidade, por exemplo, que proporcionam uma visão mais objetiva sobre a administração. O estudo de estatística básica fornece uma visão matemática do que ocorre com o negócio, contribuindo assim para um olhar muito mais preciso quando se trata de gerir estruturas, processos e resultados. Realizar cursos de pós-graduação ou especialização direcionados à gestão deve agregar valor ao desempenho e criar diferenciais à carreira desse profissional técnico, além de fomentar novas habilidades.

Um alerta: as ferramentas de gestão devem ser aplicadas como uma receita de antibiótico: exatamente dentro da dosagem e de acordo com a respectiva posologia. Ou seja, se você usa o medicamento do modo correto, a doença melhora; caso contrário, pode até piorar. Na gestão é a mesma coisa. Devemos escolher os instrumentos e recursos de acordo com o meio em que estamos inseridos, dentro da proporcionalidade, conveniência e adequação. Só assim a saúde do seu negócio e de sua carreira terá o potencial necessário para curar, cuidar e administrar três elementos ao mesmo tempo: o paciente, a carreira e a gestão.

Célio Luiz Banaszeski é professor da pós-graduação da FAE Business School, consultor de Gestão da Qualidade e Certificações.

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