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Sleeping Giants, tias do Zap e o verdadeiro terrorismo digital
| Foto: Gazeta do Povo

Em 2019, como membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake news, ouvi e enfrentei as mais absurdas acusações que tentavam retratar como artificial e ilegítimo um movimento espontâneo, de milhares de cidadãos comuns que usavam as redes sociais para declarar apoio ao presidente Bolsonaro e criticar os políticos de quem discordavam. Como não podia deixar de ser, as mirabolantes teorias da conspiração criadas pela esquerda e por traidores do governo – incluindo a figura mítica do “gabinete do ódio” – nunca foram comprovadas, reforçando o que todos sabiam desde o princípio: aquela CPMI serviria apenas para dar palanque político aos perdedores de 2018.

Fiz questão de iniciar este artigo relembrando a CPMI porque é inevitável relacionar o que o Sleeping Giants faz com todas as mentiras e calúnias propagadas naquelas sessões. Na cabeça dos políticos, dos ministros do STF e de outros agentes públicos que perderam prestígio junto ao povo, as numerosas críticas só podiam ser orquestradas, obra de robôs, coisa de gente paga para fazer aquilo. Criavam qualquer história para não admitir o fato de que o povo os repudiava, espontaneamente, de graça, e esse sentimento era publicamente exposto.

Agora, pensemos no que é o Sleeping Giants. Uma entidade anônima, notoriamente bem financiada, que tem como modo de atuação principal a perseguição, a chantagem e o linchamento moral, na internet, de grandes influenciadores que não se enquadrem no conjunto de opiniões que seus líderes – covardes demais para aparecer – considerem aceitáveis.

Onde estão os paladinos da justiça que no passado denunciavam as “tias do Zap” como uma ameaça à democracia, mas agora fingem não ver o que esses verdadeiros delinquentes virtuais estão fazendo com a liberdade de expressão no país? Estamos diante de um extravagante exemplo de hipocrisia. É o velho “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz” aplicado ao terrorismo digital. Chantagistas profissionais que admitem trabalhar pela falência de empresas e ruína de comentaristas passam incólumes, mas quem levanta hashtag no Twitter afirmando ter vergonha do STF é um risco para o equilíbrio entre os poderes da república.

O mais recente alvo do grupelho foi a Gazeta do Povo, que certamente os incomoda de forma particular, pois não é um blog pequeno, alternativo, facilmente qualificado por essa gente como propagador de fake news. Trata-se de um jornal centenário, vencedor dos maiores prêmios de jornalismo do Brasil e integrante da chamada “grande mídia”. Para as mentes perturbadas por trás dos ataques do Sleeping Giants, deter essa condição e não aderir ao pacote de ideias permitido é intolerável. Trata-se de uma situação que não deveria existir. É por isso que resolveram apelar.

Considero, contudo, que essa investida foi um tiro no pé, de calibre 12. Eu, assim como vários deputados federais e senadores envolvidos com as discussões sobre comportamento na internet, acompanhamos de perto o caso e estamos obtendo o máximo possível de informações sobre o que está acontecendo. Como agem, quais seus métodos e, principalmente, quem está por trás disso.

O que o Sleeping Giants faz tem nome: constrangimento ilegal, devidamente tipificado no Código Penal. Todas as autoridades públicas preocupadas com a proliferação desses delinquentes em nosso país já estão empenhando tempo, esforço e recursos para que cada um deles seja identificado e, principalmente, punido. Isso acontecerá antes do que imaginam.

Filipe Barros é deputado federal (PSL-PR).

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