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A solidariedade ao povo ucraniano passa pela condenação à invasão russa

Ucranianos se manifestaram em Lisboa para exigir o fim da invasão russa ao seu país, que completa três anos. (Foto: Carlota Ciudad/EFE)

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Há um mês, no dia 19 de fevereiro, o Senado Federal aprovou um documento histórico e que marca o posicionamento daquela casa de leis sobre o maior conflito em andamento no mundo. Por unanimidade, senadores e senadoras aprovaram um voto de solidariedade ao povo ucraniano, condenando a invasão russa à Ucrânia, que já dura três anos.

O voto de solidariedade, que contou com a assinatura da maioria absoluta dos parlamentares, foi enviado ao governo ucraniano e destacado na última reunião do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, que tenho a honra de presidir. Durante o encontro do Grupo, prestigiado por embaixadores de 30 países e representantes da comunidade europeia, foi claro o clamor para que o governo brasileiro também se posicione contra a invasão da Rússia ao país.

Estar ao lado da Ucrânia, neste momento, significa não permitir que a lei do mais forte prevaleça no mundo. Precisamos sempre levar em conta o ponto de vista dos ucranianos. Nada sobre a Ucrânia, sem a Ucrânia

Isso porque, durante a votação da nova resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condenava a invasão russa na Ucrânia e pedia um cessar-fogo imediato, nosso país optou por se abster. Conduta que nos causou perplexidade, tendo em vista que o texto da nova resolução era praticamente igual às propostas aprovadas pelas Nações Unidas em anos anteriores, quando o Brasil havia, até então, sempre votado a favor.

Diante desse contexto, o posicionamento do Senado Federal ganha uma importância histórica ao mostrar que o nosso parlamento tem agido conforme o anseio dos brasileiros, que clamam pela condenação à invasão russa. As justificativas são muitas. Os resultados dessa guerra são assustadores: já são mais de um milhão de vítimas, entre mortos e feridos, e cerca de 10 milhões de ucranianos tiveram que deixar o país. Prédios, casas, hospitais e templos religiosos foram destruídos. O custo para reconstrução do país? Centenas de bilhões de dólares. Uma nação inteira sofrendo as consequências de um conflito não provocado.

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Além da destruição maciça do país com a invasão russa, como temos visto diariamente no noticiário, as graves violações dos direitos humanos nos sensibilizam a todo momento. Como professor, sinto-me particularmente sensibilizado ao ver crianças ucranianas tendo aulas nas estações de metrô, visto que não há segurança para voltarem para suas escolas. Ao mesmo tempo, causa enorme indignação o fato de que 20 mil crianças ucranianas foram sequestradas, tiradas de seus lares durante a ocupação do país e colocadas em famílias adotivas ou em campos de reeducação na Rússia.

São fatos que estão acontecendo diante dos olhos de todos nós e que trazem muita angústia, principalmente ao povo ucraniano. Nosso país tem uma relação histórica de parceria e de boas relações com a Ucrânia. Vale ressaltar que, no Brasil, vivem 600 mil descendentes de ucranianos, sendo 500 mil só no Paraná, meu estado de origem. Municípios como Curitiba, Prudentópolis, Marechal Mallet, Paulo Frontin, Ivaí, Antônio Olinto, entre vários outros, reúnem comunidades ucranianas importantes e que perpetuam nossos laços de amizade.

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Agora, o mundo todo está vivendo na expectativa pela paz na Ucrânia. Queremos uma paz duradoura, que respeite os princípios de soberania, independência, democracia e autodeterminação do povo ucraniano. Estar ao lado da Ucrânia, neste momento, significa não permitir que a lei do mais forte prevaleça no mundo. Precisamos sempre levar em conta o ponto de vista dos ucranianos. Nada sobre a Ucrânia, sem a Ucrânia.

Como presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, manifesto minha total solidariedade e deixo registrado que continuaremos firmes e fortes ao lado dos ucranianos e seus descendentes que vivem no Brasil. Seguiremos lutando pela paz e pela justiça, que é um princípio básico dos que defendem a valorização da vida e a dignidade humana.

Flávio Arns, senador da República pelo Paraná, é presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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