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Uma grande mudança se avizinha no maior e mais importante porto paranaense, o de Paranaguá. Mudança mais do que necessária, aguardada há 40 anos, desde quando foi criado o Corredor de Exportações, que transformou o nosso porto no maior exportador de grãos do país. Vivemos agora um período de calmaria na operação e logística em Paranaguá, com recorde de exportações – 1,92 milhão de toneladas de grãos até outubro –, e deixamos no passado um conjunto temeroso de problemas, como as longas filas de caminhões na BR-277, com caminhoneiros reclamando dos dias parados e navios pagando em dólares o tempo de permanência, mais a eterna polêmica em torno da dragagem do Canal da Galheta. E ouvimos, constrangidos, as notícias do vizinho estado de Santa Catarina e seus terminais portuários com altos lucros, advindos do embarque de produtos paranaenses por lá e da opção preferencial dos grandes cargueiros no desembarque, graças aos custos mais baixos gerados pela eficiência e gestões qualificadas.

O Porto de Paranaguá é o termômetro da nossa economia

Diante desse volume de notícias ruins que perduraram mais tempo do que o esperado e desejado, o atual governo do Paraná iniciou, em 2011, o processo de modernização do porto, que agora começa a se viabilizar de forma concreta. A comunidade econômica paranaense recebe com expectativa mais do que positiva o projeto de uma grande transformação na nossa área de abrangência portuária, um novo plano de zoneamento e a revisão da Poligonal Portuária, atingindo os municípios de Antonina, Paranaguá e Pontal do Paraná, incluindo aí a paradisíaca Ilha do Mel. As poligonais portuárias são as áreas que compreendem as instalações, a infraestrutura de proteção e acesso ao porto. Dentro dessa área vigoram regras específicas, tanto operacionais quanto trabalhistas, de meio ambiente, instalações industriais e transporte.

O debate sobre a revisão da Poligonal do Porto de Paranaguá começa a se estabelecer, e é nesse contexto que o Movimento Pró-Paraná e o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) vêm propor a realização do Seminário da Poligonal de Paranaguá, em que todos os segmentos envolvidos – governos federal, estadual e municipal, autoridade portuária, operadores, investidores, sindicatos de trabalhadores, federações, ONGs e representantes das comunidades litorâneas – possam colocar suas divergências e convergências. Já existe um grupo de trabalho formado pela comunidade portuária, senadores, deputados e técnicos da área para propor exatamente o novo desenho da Poligonal e a revisão dos Planos de Desenvolvimento e Zoneamento dos Portos de Paranaguá e Antonina, que obviamente também será chamado para o debate.

O Movimento Pró-Paraná e o IEP pretendem ampliar o debate e mostrar que um assunto a princípio complexo pode e deve ser traduzido e simplificado para alcançar todas as camadas da sociedade paranaense. Porque o Porto de Paranaguá é o termômetro da nossa economia e tudo o que acontece lá influencia decisiva e praticamente todos os setores, do agronegócio à produção de papel, do meio ambiente ao lazer proporcionado pelo nosso Litoral.

O Seminário da Poligonal de Paranaguá começa a tomar forma agora e será realizado ainda no primeiro trimestre de 2016. Todos os interessados na promoção da transparência, do bom debate e num porto eficiente, competitivo e moderno são bem-vindos. Em nossos dias, a transparência em todas as ações, tanto públicas quanto privadas, se tornou a garantia de que a sociedade é responsável absoluta por seus próprios atos, projetos e decisões, na busca da melhor solução: técnica, econômica e ética.

Marcos Domakoski, empresário, é presidente do Movimento Pró-Paraná.
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