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O projeto de lei prevê que as escolas deverão ter espaços de escuta aos alunos
Imagem ilustrativa.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O modelo de ensino oferecido nas escolas de nosso país não consegue mais sustentar o processo de ensino aprendizagem dos estudantes nativos digitais. Eles não se adaptam ao modelo de ensino tradicional depositário. Desta forma, neste sistema mecanicista cartesiano, se observa uma educação fragmentada e exposta em caixas totalmente separadas, dando aos estudantes uma visão de pequenas frações que não possuem relação entre si.

Estudiosos da educação têm buscado maneiras de tornar a aprendizagem do estudante mais efetiva. Vivenciamos uma longa caminhada em busca de modelos de ensino para aplicação na educação básica. Diferentes países de primeiro mundo já têm um currículo estruturado e sólido, e desde a década de 90 implementaram nas universidades diversas metodologias ativas, perpassando para a educação básica a proposta de um currículo flexível.

O ensino por competências possibilita um estudo focado tendo como base um currículo flexível, o que contribui na consciência e desenvolvimento de aptidões.

No Brasil, essa movimentação começou em 2016, com os primeiros rumores da reestruturação de um novo currículo por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que foi efetivada em 2018 com a proposta de ser uma base nacional comum de ensino, onde os conteúdos disciplinares dão lugar aos componentes curriculares. Esses componentes apresentam em todas as etapas competências e habilidades a serem desenvolvidas, e uma aprendizagem voltada a um viés mais crítico e social. A ideia é oferecer um ensino com mais qualidade e equidade, pois com uma base única seria mais fácil nivelar e medir o processo de aprendizagem dos estudantes de todo país.

Com a proposta normativa da BNCC, o currículo da Educação Básica sofreu mudanças, e o ensino médio foi reestruturado. Passou a ser dividido por áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. As horas foram ampliadas para 1.800, das quais 600 horas para contemplar o ensino regular e 1.200 para os itinerários formativos, com a ideia de estabelecer a cultura maker (na qual os estudantes colocam a mão na massa).

Cabe ao estudante, já no primeiro ano, definir a área do conhecimento na qual deseja se aprofundar. O ensino por competências possibilita um estudo focado tendo como base um currículo flexível, o que contribui de forma direta na consciência e desenvolvimento de aptidões, tendo uma maturação mais avançada, por ter mais responsabilidade em suas escolhas.

Dentro dessa nova estruturação, o estudante também pode optar por uma formação técnica e profissional e dar início a uma carreira. Mas é claro que nesse meio do caminho teremos os estudantes que seguirão uma graduação, e terão contato com a área de conhecimento que mais desperta interesse, ajudando-o na escolha do seu futuro curso e sua vida profissional.

O Novo Ensino Médio rompe com a barreira do tradicional, trazendo ao estudante uma maior reflexão sobre o mundo em que vive, e os problemas a sua volta, sem ficar preso em conteúdos fechados. De fato, isso propicia uma maior exploração da capacidade de resolução de problemas e ação social, o que o leva a ser um cidadão crítico e livre, podendo contribuir com a sociedade e seu espaço de vivência em geral.

Graziele Aparecida Correa Ribeiro é professora do Centro Universitário Internacional Uninter.

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