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A manifestação dos servidores públicos contra o “pacote de maldades” de Greca, em discussão na Câmara de Vereadores, expõe a gravidade da crise política.

Alguns poderiam acusar os servidores de radicalismo, já que os manifestantes têm utilizado todos os recursos disponíveis, até físicos, para impedir que os vereadores votem o pacote, e assim se decreta que os servidores não estariam cedendo em nada. Pode até ser, mas não se pode acusar os servidores de estarem motivados por interesses ocultos, já que é evidente que o projeto afeta seus direitos, já muito surrados pelos baixos salários e condições de trabalho inadequadas. Não há quem aguente.

Quem é que não lutaria por seus direitos?

Outros diriam ainda que os servidores só pensam neles mesmos, ao contestarem o projeto que retira direitos. Mais uma vez, destaco, ao menos a motivação está clara. Afinal de contas, quem é que não lutaria por seus direitos? Quem é que renunciaria pacificamente à sua dignidade em nome de um projeto totalitário “coletivo”?

O que chama a atenção não é apenas a aguerrida disposição dos servidores, mas a irredutível tenacidade dos vereadores governistas, que preservam, firmes, a defesa do projeto, a despeito de toda a revolta e indignação das pessoas diretamente afetadas.

Depois de JBS, Odebrecht, Lava Jato, emenda para a reeleição, escândalo das privatizações, painel do Senado, mensalão, metrô de São Paulo, alguém ainda acredita que os políticos estariam defendendo um interesse maior que o deles próprios? Por que seriam os legisladores tão irredutíveis?

Infelizmente, os mandatos estão cada vez mais irredutivelmente distantes da opinião da sociedade que deveriam representar. Entre os interesses ocultos e os interesses expressos, fico com os segundos, ou seja, os dos servidores. Seja porque não há motivo para duvidar da razão pela qual estão lutando, seja porque são o lado mais frágil dessa disputa.

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