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Com o início da campanha presidencial tudo parece estar dentro da normalidade legal e democrática. A única sombra que se destaca no horizonte é a participação de Lula no processo. A boa norma republicana estabelece que o presidente em exercício deve se comportar como um magistrado, embora tenha ele, como simples eleitor, sua preferência por determinado candidato. Um direito seu e de qualquer outro cidadão.

Acontece que Lula, como mentor absoluto do PT e presidente da República, praticamente impôs a seu partido e às forças que apoiam seu governo a candidatura de sua principal auxiliar no governo. Até agora, nas lides preliminares da campanha, Dilma Rousseff não tem palanque próprio, usa o palanque oficial, sempre ao lado do presidente e sempre citada por ele.

De agora em diante será diferente. Bem verdade que Lula pode renunciar ao resto de seu mandato para se tornar o mais destacado cabo eleitoral de sua candidata. Com os índices de aprovação de seu governo, seria uma barbada. Sua presença e sua palavra em qualquer comício, em qualquer canto do território nacional, seria um fator preponderante para a vitória de Dilma.

Como presidente da Re­pú­­blica, ele terá de se controlar, não po­­derá ser chefe do Executi­­vo e ao mesmo tempo cabo eleitoral, dis­­tribuindo santinhos e flâmulas da candidata de sua preferência.

O mais sensato e ético seria a renúncia aos poucos meses de mandato, descendo à planície para lutar em igualdade de condições com outras candidaturas.

Será pedir muito de Lula: uma renúncia para que ele possa livremente lutar para fazer Dilma Rousseff sua sucessora. Acumulando em sua pessoa a Presidência e a faina eleitoral, ele pode até vencer, mas perderá a oportunidade de dar um bom exemplo de cidadania.

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