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Carlos Heitor Cony

O exemplo de JK

Rio de Janeiro – Continuo achando que a provável reeleição de Lula, já no primeiro turno, se deva mais a desorientação ou à fraqueza dos demais candidatos. Falta neles uma idéia básica e aglutinadora, um programa de metas como o de JK quando foi eleito em 1956. Reuniu uma equipe de técnicos, elaborou um roteiro que sacudiria o Brasil e cujos resultados até hoje desfrutamos.

Ele não se preocupou em bater forte no presidente de plantão, que era João Goulart, cuja debilidade provocaria o golpe de 64. Antes disso porém, acreditando no retorno ao poder em 1965, JK já estava elaborando um programa equivalente ao das metas anteriores, mas dedicado especificamente à Agricultura. Não seria um plano demagógico como o Fome Zero. Ele não daria peixe para ninguém. Ensinaria todos a pescar.

O movimento militar impediu sua volta ao poder, mas o estilo de sua campanha já estava traçado. Esta determinação é que fazia dele um político fora-de-série. Deixou um exemplo que infelizmente não está sendo seguido pelos atuais candidatos da oposição.

Eles estão insistindo prioritariamente no combate a corrupção, o grande flanco do governo Lula, que explorado por um Carlos Lacerda poderia até resultar num impeachment. No mais os programas apresentados ou a serem apresentados patinam no terreno das boas idéias e das boas intenções.

O candidato do PSDB dispõe teoricamente de uma equipe capaz de formular um grande programa de governo. Mas falta-lhe carisma e até certo ponto falta-lhe a indignação demonstrada por FHC na semana passada. Repetindo uma frase de ACM, palavras fazem pensar, a indignação faz votos.

O mesmo pode ser dito para os outros candidatos, gente boa que merece respeito mas certamente não terá os votos que deveriam ter.

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