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Feliz é o homem que conseguiu capturar um exemplar da mais fascinante criatura existente: a mulher. Não espere ele, contudo, conseguir entendê-la; ao contrário do homem, que é naturalmente simples, a mulher é o ser mais complexo jamais criado.

Ela percebe o mundo em tons e matizes de uma riqueza que não podemos avaliar; ao entrar em um bar, ela sabe quem gosta de quem, quem desgosta, quem está com a cabeça alhures, quem ama e quem odeia. Ao vestir uma roupa, ela escreve uma longa e complicadíssima carta a todos os que a virem – sem perceber que só quem saberá ler esta carta são as outras mulheres; para os homens, ela simplesmente estará linda.

Sua fidelidade é, antes de qualquer outra coisa, a algo que – por falta de termo mais preciso – chamamos por analogia de "emoções". Não são, todavia, como as emoções masculinas, simples ondas de raiva ou carinho. São mais matizadas que aquele espaço de tons infinitos, que só as mulheres percebem, entre o laranja e o roxo.

Uma mulher cancela inesperadamente um compromisso marcado há meses para segurar a mão de uma amiga que passou por um mau pedaço, por exemplo, sendo assim fiel a uma emoção. A mesma mulher, no entanto, pode no dia seguinte considerar a mesma amiga algo à esquerda do demônio por ter-lhe sido despertada outra emoção. Complexa. Difícil. Impossível não amar, impossível entender.

O amor feminino é completo, e só não se torna sufocante pelo esforço determinado dela. Mas o ódio feminino também é tão completo que, se nós, homens, pudéssemos vê-lo (ou seja, se elas não ficassem tão bonitinhas quando zangadas!), abatê-las-íamos no ato, por medo e precaução.

Sua maior fraqueza é a incapacidade de perceber o que é simples, a incapacidade de entender que nós, homens, não temos aquela infinita capacidade de percepção da complexidade nas relações. Enquanto um homem que quer ir daqui até ali mira ali e vai, uma mulher leva em consideração miríades de elementos ao longo dos possíveis caminhos em que o homem nem sequer repara. No mundo dos negócios e da sociedade, isso faz frequentemente com que a mulher tenha uma desvantagem em relação ao simplicíssimo homem. Nas relações conjugais, isso faz com que ela exerça plenamente seu direito – afinal, ela é tão linda! – de perturbar-nos a paciência por nosso fracasso em entender e acompanhar tão complexa percepção das coisas.

Não há nada mais frágil que uma mulher. Não há nada mais forte que uma mulher. Nada mais fiel, nada mais imprevisível. Nada mais belo, nada mais assustador. Amemo-las.

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