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Em todos os departamentos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) há reuniões mensais. Como em toda reunião obrigatória, há redundâncias que não ocorreriam por e-mail, pois as pessoas pensam mais para escrever que para falar. Com as 144 horas mensais de trabalho (só em meu departamento) poderíamos oferecer um curso aberto à população, aconselhamento a produtores rurais, enfim, produzir algo.

Muito pior é pensar o que 190 milhões de brasileiros poderiam fazer com as duas horas de Copa. Se todos cavássemos cacimbas para usar água da chuva, por exemplo, mudaríamos o clima do país. Imagine que a água de cada telhado fosse retida em uma cacimba e usada aos poucos até a próxima chuva. Teríamos menos enchentes, mais umidade no ar e chuvas mais constantes e menos torrenciais. O Nordeste é a bola da vez, mas neste ano já tivemos problemas em São Paulo e Rio também. Se em 500 anos conseguimos mudar o clima para pior, é sinal de que podemos também mudá-lo para melhor.

Se daí no outro jogo limpássemos ruas e bueiros...

A ideia é muito boa, mas demandaria uma espécie mais preocupada com qualidade de vida e com a própria conservação que a espécie humana. Enquanto nossa espécie não evolui para alguma outra, mais adaptada ao seu ambiente atual, resolvi usar as minhas duas horas de ócio futebolístico em prol de uma causa.

Quando ouvimos falar de referências espalhadas por São Paulo como Carandiru, Vale do Anhagabaú, Av. Paulista e Shop­­ping Ibirapuera, parece que elas estão a várias dezenas de quilômetros umas das outras. Neste último jogo do Brasil resolvi aproveitar a falta de carros e correr por uma hora e meia ao longo de um trajeto de 15 quilômetros passando por todos esses pontos, para mostrar que mesmo na maior de nossas cidades as distâncias são tão curtas que muita gente preferiria andar se houvesse calçadas e parques lineares decentes.

Muita gente já está descendo do ônibus e andando de qualquer jeito pelo meio da rua quando o trânsito para. Atravessar São Paulo a pé é seguro somente de quatro em quatro anos, porque de dia o trânsito é infernal e à noite o diabo está à solta.

Meu pequeno libelo não se compara com a mudança do clima de um país e muito menos deve surtir efeito algum, já que companhias de ônibus possuem estratégias mais convincentes que corridas solitárias para convencer prefeituras, se é que você me entende.

Hoje (sexta) aproveitarei outro jogo para agora atravessar Londrina em sua maior extensão, do Cinco Conjuntos até o extremo da Zona Sul. Se é possível em São Paulo, será possível em qualquer outra cidade do país.

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