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Explico-me antes que se alvorocem tanto a esposa do respeitável dirigente como também alguns amigos homossexuais.

Nesta semana Enio Fornea veio a público dizer que seu clube não gastará um centavo com a reforma da Arena da Baixada para a Copa do Mundo. Faz uns 3 mil anos que políticos romanos e seus descendentes usam o pão e circo para manter as massas quietas. Sempre houve adeptos e críticos. Nunca antes, porém, o diretor do "circo" veio a público dizer que a conta era alta demais.

O que isso tem a ver com ambiente?

O futebol, assim como todo esporte profissional, sugere o aprimoramento pessoal e a melhoria da saúde, mas a verdade é diferente porque a distância entre o jogador de fim de semana e o ídolo é tão grande que passa a ser irreal, mística até. Só as regras é que são iguais na pelada e no Maracanã. Enquanto a pelada conecta pessoas e seu ambiente em uma atividade ao ar livre, o jogo grandioso prostra no sofá obesos bebedores de cerveja, imobilizados pelo desânimo de perceber que nunca farão nem parecido com aquilo que veem.

Igualmente, o sexo pornográfico e teatral imobiliza o pobre mortal. A indústria pornográfica cresce em igual medida das reclamações das mulheres sobre seus homens e eles vivem a gigantesca e paralisante diferença entre idealização e realidade. Por isso é que Matrix tem uma mensagem ambiental mais positiva que Avatar, mesmo sem as árvores que pensam e florestas que brilham. Enquanto Matrix critica a dissociação entre realidade e idealização, Avatar a estimula, viabilizando que o espectador ao final torne-se ele mesmo o ídolo.

A atividade física (entre amigos ou com a patroa) é ainda a forma mais eficiente de manter pessoas saudáveis, e também a de menor impacto ambiental (hospitais, remédios e exames são uma enorme fonte de poluição). Na semana passada o Ministério da Saúde advertiu sobre os benefícios do sexo e estava correto sobre todos, a não ser pela brincadeira com metas irreais.

O ambiente do qual tanto se fala começa em você e termina no Golfo do México ou no degelo do Atlântico Norte, mas o "circo" e a idealização que vem junto com ele impedem as pessoas de perceberem essa conexão. Todos acusamos a BP pela economia em segurança que terminou por causar o derramamento de petróleo do momento. É de fato sórdido. Da mesma forma, os romanos gostavam de estraçalhar ladrões e adúlteros como forma de purgar o mal. Sem defender o que é indefensável, pergunto mais uma vez: quem pode jogar a primeira pedra?

Motoristas queimadores do mesmo petróleo que sai do Golfo do México? Consumidores desperdiçadores de recursos naturais ou fumantes que contaminam seus parentes? Talvez os obesos bebedores de cerveja que idealizam ter um corpo de jogador de futebol?

Há algo de importante acontecendo quando até mesmo o diretor do "circo" pede por mais realidade.

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