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| Foto: Nelson Almeida/AFP

Michel Temer faz um governo de transição, cuja função primordial é colocar o Brasil no caminho do crescimento econômico, limpando um pouco da lambança dos gastos públicos desenfreados, da inflação, do desemprego, enfim, da recessão econômica deixada pelas gestões petistas. Essa é claramente a missão dele – na vida, possivelmente –, e para tanto ele está com a faca e o queijo na mão, porque tem uma base de apoio invejável no Congresso e já sabe de antemão que seu governo é impopular mesmo. Para uns, ele é o golpista; para outros, é o que tem para hoje. Então, por que ele estaria realmente preocupado em agradar? As circunstâncias o privilegiam para que ele seja o presidente que faz o que é necessário, e não o que é eleitoreiro. Com tudo isso, o que Temer está fazendo? Caminhando timidamente com suas reformas, fazendo inúmeras concessões àqueles que, em última análise, são seus piores inimigos e que, nem se ele fosse o melhor e o mais popular presidente da história, estariam ao lado dele. Vejamos a análise de Rodrigo Constantino sobre o recuo de Temer quanto ao alcance da reforma da Previdência.

Por que a reforma da Previdência é tão importante?

A Previdência consome uma fatia generosa das despesas públicas, e hoje já está deficitária. Quando falta dinheiro para fechar essa conta, ou o governo tirará de outros setores, ou fará mais dívidas. Mas é importante saber que quem irá pagar pelo rombo, em última análise, sempre é a massa de contribuintes. Se as regras da Previdência não mudarem, com o tempo os gastos com ela serão tão gigantescos que os trabalhadores irão contribuir para sustentar o sistema, mas, quando chegar a vez deles, não vai ter dinheiro para se aposentarem. Vamos contribuir, e pesado, para custear a aposentadoria dos outros. Além disso, as regras atuais não são iguais para todos: beneficiam os servidores públicos, e por isso oneram mais uns que outros. Temer sabe perfeitamente disso tudo, mas resolveu aliviar para o lado dos servidores estaduais e municipais, determinando que será competência dos respectivos governos legislarem a respeito. Saiu da mira desses servidores, mas deixou no front quem sofre mais com as pressões vindas desses setores: os governadores e prefeitos. É muito mais difícil para esses servidores irem até Brasília para protestar, para invadir as casas legislativas e aquela coisa toda que a gente já viu por aqui, do que fazer isso localmente. A probabilidade de que não haja reforma para essa classe é muito grande. Dá para entender por que, no Brasil, emprego público é o emprego dos sonhos de muitos! Adolfo Sachsida analisa os argumentos favoráveis e os desfavoráveis à decisão do presidente.

Sacrifício necessário

É claro que ninguém vai gostar de ceder em prol de governo algum, ainda mais um historicamente corrupto como o nosso. Por isso, a notícia de que o rombo da Previdência, que justifica a reforma, poderia ser um engodo ou poderia ser sanado mediante a cobrança dos maiores devedores do INSS deixou a população revoltadíssima, sentindo-se mais uma vez passada para trás. Por isso é preciso explicar que as coisas não são bem assim. Ricardo Bordin esclarece a questão referente às dívidas com o INSS e traz ainda um vídeo do MBL com proposta para que a reforma seja mais justa para todos.

Dilma e a reforma da Previdência

Para você, que acha que a reforma da Previdência é um golpe contra o povo, que só poderia vir de um governo igualmente golpista, trazemos um vídeo de Dilma Rousseff advogando a necessidade da reforma e sua intenção em realizá-la.

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