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Nos últimos dias, estive corrigindo uma antiga lacuna da minha formação literária: li, com entusiasmo, o primeiro volume de O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo. Como se sabe, a obra narra os violentos conflitos na formação do Rio Grande do Sul. Da mesma forma que hoje não faz mais sentido nenhum ser maragato ou chimango, guelfo ou gibelino, bolchevique ou menchevique, um dia ninguém mais lembrará que o PT existiu – e muito menos que seus adversários políticos eram chamados de tucanos ou coxinhas. O lulopetismo será algo tão distante das pessoas comuns quanto a campanha “O Petróleo é Nosso” ou o movimento queremista. Espero que meu filho possa viver nesse tempo.

O mal, no entanto, não deixará de existir até o juízo final. Porque o mal não desiste: ele simplesmente muda de nome. O líder comunista Josef Stálin, um dos maiores assassinos de todos os tempos, teve dezenas de codinomes ao longo de sua militância revolucionária, antes de 1917. Cito aqui apenas alguns: Sossó, Sosseló, Bessó, Koba, Petrov, Ivánovitch, Vassíli, Oska Bexiguento, O Caucasiano, O Leiteiro, O Padre, K. Stefin, K. Sáfin, K. Sólin, Djugachvíli.

O mal não deixará de existir até o juízo final. Porque o mal não desiste: ele simplesmente muda de nome

Quando os comunistas assumiram o poder na Rússia, criaram logo uma polícia secreta para prender e matar opositores. A velha Okhrana, dos tempos do czarismo, foi substituída pela Cheka. Quando a Cheka se tornou um nome profundamente odiado em toda a Rússia, verdadeiro sinônimo de assassinato, rebatizaram-na de GPU. Depois vieram outras siglas: OGPU, NKVD e a famosa KGB dos tempos da Guerra Fria. Pensam que a KGB morreu? Enganam-se. Virou FSB. O senhor Putin, por sinal, foi agente da KGB. E continua o trabalho. Não sei quanto a Elvis, mas Dzerzhinski, o primeiro chefe da Cheka, não morreu.

Hoje temos no poder uma presidente que, nos tempos de luta armada, foi conhecida pelas alcunhas de Wanda, Estela, Luiza e Patricia. O ex-presidente Lula, em diferentes momentos de sua vida, foi designado por Barba, Brahma, O Cara, o Chefe, PR – até o atual e carinhoso Pixuleco.

As trocas de nomes indicam uma característica essencial da mentalidade revolucionária: a revolta gnóstica contra a estrutura da realidade. Eles simplesmente não aceitam a verdade da criação de Deus – por isso, querem alterá-la de qualquer maneira, mesmo que o preço seja destruir a economia e a moralidade de um país (como fez o PT) ou matar 100 milhões de pessoas (como fizeram os partidos comunistas).

Neste momento, em que a atual força governante da América Latina, o Foro de São Paulo, vive uma profunda crise no coração do sistema – o país ainda chamado Brasil –, é óbvio que os nomes voltem a ser trocados. Por isso, preste muita atenção: o mal não desaparece só porque você o chamou de outra coisa.

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