• Carregando...

Encontrei uma vizinha no elevador e ela disse: "Paulo, gosto das suas crônicas quando você fala mal do PT e bem da sua família". Agradeci de coração. Há os que só gostam das crônicas contra o PT; há os que só gostam das crônicas a favor da família; e há, por fim, os que desejariam que eu falasse bem do PT e mal da família. A esses últimos, jamais irei agradar.

Os dois temas formam uma unidade. Para realizar o seu plano de ficar no poder pelos próximos 50 anos, o governo petista precisa fazer duas coisas: destruir a inteligência do país e enfraquecer a instituição familiar. Isso porque a inteligência e a família são naturalmente refratárias ao poder político. Hoje em dia, as famílias, principalmente as cristãs e judaicas, são os grandes focos de resistência ao controle social petista.

A diferença entre a caridade real e a caridade socialista é que uma não exige nada em troca, enquanto a outra exige submissão absoluta. Um programa como o Bolsa Família – criado, não custa lembrar, pelos tucanos – pode ser bom para a sociedade. Mas, se não houver uma equivalência de direitos e deveres por parte dos beneficiados – como foi feito na Colômbia –, tudo vira uma grande máquina eleitoreira. Em vez de Bolsa Família, deveria ser Vota Família.

Deseja conhecer a verdadeira opinião do governo brasileiro sobre as famílias? Há numerosos exemplos. Em São Paulo, a prefeitura quer acabar com o Dia das Mães nas escolas, substituindo-o pelo "Dia de Quem Cuida de Mim". E quem "cuida de mim"? O Estado, é claro. Eis o Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, tornando-se realidade diante dos nossos olhos. "Essa gente parece que nasceu de chocadeira", dizia minha mãe, ao comentar a índole de certos políticos. É, mãe. Eles ainda vão criar o "Dia da Chocadeira".

Na mesma semana em que o Ministério de Saúde facilitou a prática do aborto nos hospitais públicos, a Câmara aprovou por unanimidade a Lei da Palmada. O autor da lei – do PT, evidentemente – decidiu rebatizá-la de "Lei Menino Bernardo". Com isso, eles estão dizendo o seguinte: a sua mãe, caro leitor, aquela que lhe deu umas chineladas quando você fez arte, é moralmente comparável a uma psicopata que injetou veneno em um menino para depois enterrá-lo numa cova rasa. Não consigo pensar em um desrespeito maior por Bernardo; é quase como se ele fosse morto pela segunda vez.

Logo eles vão começar a estimular as denúncias de pais contra filhos, exatamente como se fazia na Alemanha nazista e na Rússia comunista. Se um dia eu for preso por mandar o Pedro pensar no cantinho, não precisam mandar cigarros. Eu não fumo. Mandem livros – para mim e para ele.

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]