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| Foto: Evaristo Sá/AFP

O governo federal pode ter conseguido reverter a decisão judicial que suspendeu a elevação do PIS e da Cofins que incidem sobre combustíveis, levando a aumentos de cerca de R$ 0,40 nas bombas dos postos, mas ficou muito claro que o presidente Michel Temer subestimou a reação popular. Em viagem à Argentina, logo após o anúncio dos reajustes, ele havia dito que “a população brasileira irá compreender” o reajuste. A verdade é que não há o que entender neste caso.

Que o governo precisava fazer algo para não descumprir o orçamento que ele próprio desenhou era evidente. Mas por que o caminho para tal passou por esfolar ainda mais o contribuinte, por meio de um reajuste que não apenas aumenta o preço dos combustíveis propriamente ditos, mas também de tudo o mais que depende do transporte rodoviário, quando a inflação finalmente está em queda?

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Recente pesquisa apontou que a reprovação a Temer chegou a um recorde de 70%, enquanto a aprovação despencou para 5%. Boa parte disso se deve à penetração do discurso irresponsável da oposição que ataca reformas necessárias, como a trabalhista e a previdenciária. Mas outra parte da impopularidade vem, sim, da percepção de que o ajuste fiscal mantém privilégios enquanto exige mais sacrifícios da população que ainda sofre com as consequências da crise.

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