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O ex-governador do Paraná e ex-senador Alvaro Dias vai se filiar ao MDB e retornar ao partido no qual começou a carreira política no fim da década de 1960. A filiação será selada em 15 de dezembro em Curitiba durante evento com a presença do ex-presidente Michel Temer (MDB).
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A volta ao MDB ocorre após ele deixar, no fim de outubro, o Podemos, sigla que ajudou a construir e pela qual foi candidato a presidente em 2018. Na saída, Alvaro Dias falou em decepção e “sonhos sepultados”. Após deixar o partido, o deputado federal Felipe Francischini (União Brasil) assumiu o controle do Podemos no Paraná — ele ainda não mudou de partido e por isso indicou a mãe dele, Luciano Bonatto, para ocupar o cargo de presidente estadual.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Alvaro Dias havia adiantado que o MDB era a opção mais óbvia para retornar ao cenário político local. “Eu tenho uma história no MDB, é o partido que eu mais militei. As minhas maiores vitórias foram no MDB. Os momentos mais fascinantes da minha trajetória foram vividos no MDB”, disse.
Assim que deixou o Podemos, ele começou a conversar com o presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, e com o presidente estadual Sergio Souza. Em 20 anos de MDB, ele foi eleito vereador, deputado estadual, governador, deputado federal e senador. Isso antes de seguir para PST, PP, PSDB, PDT, PV e Podemos.
Alvaro Dias pode tentar recuperar cadeira no Senado
Aos 81 anos, Alvaro Dias está sem um cargo político desde 2022, ano em que perdeu a eleição ao Senado para o ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil) e viu interrompida uma sequência de três mandatos consecutivos de senador — naquele pleito ele ficou em terceiro lugar, atrás também de Paulo Martins (Novo), hoje vice-prefeito de Curitiba.
O ex-senador confirmou que pretende voltar à cena política e pode ser novamente para o Senado, especialmente porque duas cadeiras estarão em disputa em 2026. De acordo com pesquisas recentes, ele tem aparecido como um candidato competitivo.
Uma pesquisa da Futura/Apex, divulgada em outubro, mostra Alvaro Dias como o segundo mais citado no cenário que tem Ratinho Junior (PSD) e o mais lembrado quando o governador não aparece.
Cenário com Ratinho Junior
- Ratinho Junior (PSD): 66,6%
- Alvaro Dias (sem partido): 28,7%
- Deltan Dallagnol (Novo): 16,0%
- Gleisi Hoffmann (PT): 15,1%
- Osmar Dias (sem partido): 11,7%
- Flávio Arns (PSB): 9,5%
- Filipe Barros (PL): 8,4%
- Cristina Graeml (União Brasil): 6,5%
- Zeca Dirceu (PT): 6,0%
- Jeffrey Chiquini (Novo): 3,7%
- Não sabe/Não respondeu/Indeciso: 13,5%
- Ninguém/Branco/Nulo: 14,2%
Cenário sem Ratinho Junior
- Alvaro Dias (sem partido): 44,1%
- Osmar Dias (sem partido): 22,8%
- Deltan Dallagnol (Novo): 21,0%
- Gleisi Hoffmann (PT): 18,7%
- Flávio Arns (PSB): 14,1%
- Filipe Barros (PL): 12,8%
- Cristina Graeml (União Brasil): 10,7%
- Zeca Dirceu (PT): 8,3%
- Jeffrey Chiquini (Novo): 4,7%
- Não sabe/Não respondeu/Indeciso: 16,4%
- Ninguém/Branco/Nulo: 26,4%
Caso dispute a eleição para o Senado em 2026, Alvaro Dias possivelmente enfrentará Cristina Graeml (União Brasil). Ex-candidata à prefeitura de Curitiba no ano passado, ela se filiou ao Podemos no início de 2025 para começar a trabalhar a candidatura ao Senado. Entretanto, em setembro, ela seguiu para o União Brasil comandado por Sergio Moro.
- Metodologia da pesquisa citada: 800 entrevistados pela Futura/Apex entre os dias 8 e 10 de outubro de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 3,5 pontos percentuais.








