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"Do grão ao gole"

Ambev inaugura fábrica de vidro de R$ 1 bilhão e fortalece polo industrial do Paraná

A produção de garrafas premium integra o ciclo “do grão ao copo” e fortalece a competitividade logística da companhia.
A produção de garrafas premium integra o ciclo “do grão ao gole" da companhia. (Foto: Ana Paula Pickler/Especial para a Gazeta do Povo)

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A Ambev inaugurou em Carambeí, nos Campos Gerais, a primeira fábrica de vidro no Paraná, com um investimento superior a R$ 1 bilhão, que consolida a estratégia de verticalização da companhia e reforça o papel do estado como um dos principais polos industriais do país. A nova unidade, projetada para produzir até 600 milhões de garrafas por ano, prioriza embalagens verdes, usadas em marcas premium como Stella Artois e Spaten, segmentos que puxam a expansão do mercado cervejeiro.

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A verticalização da produção é central na estratégia da Ambev. Com a nova fábrica, entre 50% e 60% da demanda nacional de garrafas passa a ser atendida internamente. O restante continuará sendo adquirido de fornecedores externos, mas com menor pressão logística e mais previsibilidade. Parte do investimento, segundo a empresa, se explica pela expansão contínua do mercado premium, de crescimento anual de dois dígitos, e pelo avanço das bebidas sem álcool, que ganham cada vez mais espaço.

Unidade recebeu investimento superior a R$ 1 bilhão, deve produzir até 600 milhões de garrafas por ano e gerar mais de 400 empregos diretos nos Campos Gerais.Unidade deve produzir até 600 milhões de garrafas por ano e gerar mais de 400 empregos diretos. (Foto: Ana Paula Pickler/Especial para a Gazeta do Povo)

Com a nova fábrica de vidro, a Ambev completa o ciclo “do grão ao copo” no Paraná, onde já concentra produção de cevada, maltarias, centros de distribuição e cervejarias. O movimento também consolida os Campos Gerais como um dos principais territórios cervejeiros da América.

O governador Ratinho Junior (PSD) participou da abertura da fábrica e lembrou que o Paraná teve um crescimento econômico acima de 6%, segundo dados do Banco Central. Ele destacou que o estado se consolidou como a terceira maior força industrial do Brasil, o que, de acordo com o governador, favorece o ambiente de negócios para a inauguração da nova unidade. “Essa fábrica significa emprego, renda e competitividade. Mostra que o Paraná segue no caminho da industrialização e da inovação”, disse.

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“Quando tomamos a decisão de investir no Paraná, já sabíamos que seria nos Campos Gerais, por causa do parque industrial consolidado, da energia disponível e, principalmente, da oferta de gás”, afirmou Valdecir Duarte, vice-presidente de Supply da Ambev.

Segundo ele, a infraestrutura foi determinante para a instalação da fábrica, que terá um forno que deve permanecer em funcionamento sem interrupções por, no mínimo, 20 anos. “A garantia de fornecimento de gás era determinante. O governo estadual se comprometeu com essa infraestrutura, e isso foi essencial para a escolha.”

O impacto econômico para Carambeí será significativo. O município, que não tinha grandes indústrias até então, investiu em programas de qualificação profissional e ampliou a infraestrutura do distrito industrial. Durante a construção, mais de 4,2 mil empregos foram gerados, e a operação deve manter cerca de 400 postos diretos. A planta também deve estimular cadeias produtivas regionais, especialmente no entorno de Ponta Grossa, Castro e outras cidades dos Campos Gerais.

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A fábrica foi projetada com foco em sustentabilidade e redução de custos. O forno opera com até 80% de cacos de vidro reciclado, o que diminui o consumo de matérias-primas virgens e reduz em cerca de 10% a demanda energética. Antes da inauguração, 100% do vidro reciclado no Paraná era enviado a outros estados. Agora, toda a cadeia permanece concentrada na região. Segundo a empresa, a unidade deve movimentar cerca de 70 mil toneladas de vidro reciclado por ano e gerar R$ 70 milhões em renda às cooperativas. Mais de 3 mil famílias que dependem da reciclagem devem ser beneficiadas.

Vice-presidente de Impacto e Relações Corporativas da Ambev, Carla Crippa, afirma que a nova planta dialoga com transformações recentes no consumo. “A cerveja é muito democrática. Ao mesmo tempo em que atende quem busca teor alcoólico, também oferece opções para quem procura moderação. As versões zero são as que mais crescem no mercado”, revela.

Tecnologia e escala reforçam a aposta industrial da Ambev e a expansão econômica dos Campos Gerais.Tecnologia e escala reforçam a aposta industrial da Ambev e a expansão econômica dos Campos Gerais. (Foto: Ana Paula Pickler/Especial para a Gazeta do Povo)

Ela afirma que o portfólio permite acompanhar tendências, ampliar mercados e atender a alta demanda pelo produto. “Vemos oportunidades com a Copa do Mundo do ano que vem e com um calendário de feriados mais favorável. Mesmo diante das variações climáticas, nosso papel é nos preparar para aproveitar essas janelas.”

A executiva também reforça o impacto regional do empreendimento. “O investimento desenvolve não só a empresa, mas todo o entorno. A presença de uma fábrica desse porte ajuda a estruturar cadeias, a movimentar fornecedores e a atrair novos negócios.”

A fábrica de Carambeí ainda é estratégica para a logística nacional. Com a operação concentrada no Sul, a Ambev reduz custos de transporte para unidades de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro e evita longos deslocamentos do Rio de Janeiro, onde funciona o outro forno da companhia. A empresa projeta adaptar algumas cervejarias para receber futuramente os novos formatos das garrafas produzidas no Paraná.

*A repórter viajou a convite da Ambev.

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