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O plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) rejeitou a concessão do título de Vulto Emérito ao ator e musicista Alexandre Nero Vieira. A proposta apresentada pela vereadora Giorgia Prates (PT) foi rejeitada por 23 parlamentares e apoiada por apenas 7. A votação ainda teve duas abstenções.
A proposta foi discutida na sessão da terça-feira (11) e durou aproximadamente 2 horas. O Vulto Emérito de Curitiba é a maior honraria a ser concedida pela Câmara dos Vereadores a uma pessoa nascida na capital do Paraná.
Giorgia Prates justificou a homenagem citando a trajetória profissional de Alexandre Nero na área da cultura e por “contribuir ao desenvolvimento do Município de Curitiba na realização de fatos em benefício da comunidade, como a idealização e criação da Associação dos Compositores do Município de Curitiba e da realização de peças teatrais e shows musicais”.
Ao discursar contra a proposta, o vereador João Bettega (União) resgatou uma publicação de Nero, nas redes sociais, em que o artista diz que o "fascismo” é a “cara da classe média curitibana”.
“Alexandre Nero chamou inúmeros curitibanos de fascistas, então acredito que não seja oportuno os senhores desta Casa aprovarem um louvor a um ator que xinga Curitiba”, disse o vereador.
Bettega ainda relatou que Nero afirmou que o “curitibano quer impedir a cultura”, posicionamento que foi condenado pelo parlamentar.
“Isso não é verdade, nós não podemos dar esse 'tapa na cara' dos curitibanos de bem aprovando essa homenagem”, destacou o parlamentar.
Publicação que motivou a rejeição da homenagem é de 2018
A publicação do ator que levou à rejeição da homenagem foi feita em abril de 2018, no X. Disse ele: “Eu sou do tempo que o conservadorismo de Curitiba apenas atrapanhava os artistas e as festas populares. Agora ao longe me parece declaradamente cada vez mais facista (a cara da classe média curitibana)”.
Rejeição
Além de Bettega, os vereadores Bruno Secco (PMB), Da Costa (União), Delegada Tathiana (União), Guilherme Kilter (Novo) e Andressa Bianchessi (União) foram alguns dos parlamentares que apoiaram a negativa da homenagem e trouxeram à tona outras publicações do ator com possíveis alusões à zoofilia e à “gordofobia”.
Ao manter a defesa da proposta, Giorgia Prates disse que a honraria seria concedida a Alexandre Nero por conta dos trabalhos do artista, e não por suas opiniões nas redes sociais.
“Nós temos aqui uma proposta que fala sobre um ator curitibano que tem sido um artista exemplar. Ele é um dos grandes nomes da dramaturgia, da música e da cultura brasileira”, argumentou a parlamentar.
Apesar do empenho da vereadora, a sua proposta foi rejeitada pela maioria.








