Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Grupos prioritários

Caminhoneiros dizem que falta incluir quase 100 mil profissionais na fila da vacina

Caminhoneiros compõem grupo que está entre os prioritários na fila da vacinação contra a Covid (Foto: Jose Fernando Ogura / AEN)

Ouça este conteúdo

Na revisão do Plano Nacional de Imunização (PNI) feita pelo Ministério da Saúde em março, o grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19 que teve maior aumento no número estimado de pessoas a serem vacinadas no Paraná foi o dos caminhoneiros: a meta passou de 33.454 para 135.263 pessoas, um acréscimo de mais de 100 mil.

Entidades que representam a categoria, entretanto, dizem que o número continua subdimensionado. A Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) aponta que o estado tem atualmente cerca de 130 mil caminhoneiros contratados por empresas, categoria representada pela entidade. Já o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Paraná (Sindicam-PR) estima que haja 92 mil caminhoneiros trabalhando por conta própria no estado. A soma dos dois números ultrapassa em quase 90 mil pessoas o dado informado pelo Ministério da Saúde.

Cadastre-se para receber notícias do Paraná pelo telefone

“A estatística que temos é de 2019, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Talvez nesse momento seja até mais gente, porque o caminhoneiro nunca trabalhou tanto quanto agora”, diz Moacir Ribas Czeck, presidente da Fetropar. Segundo ele, a federação enviou ofício à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e ao Ministério da Saúde para revisar os números.

Nos planos nacional e estadual de vacinação contra a Covid-19, os caminhoneiros foram colocados respectivamente na 27ª e na 26ª posições. No início de abril, o Sindicam-PR apresentou uma reivindicação à Sesa para que os profissionais da área no Paraná recebam a imunização com mais urgência.

“Os caminhoneiros que estão sendo vacinados é por idade. Porém, do pessoal na casa de 70 anos, poucos estão na ativa. A média de idade da categoria é mais baixa porque é um serviço pesado”, argumenta Josemar Francisco Cunha Bueno, diretor-presidente do Sindicam-PR. “Entendemos a importância de todos os grupos prioritários, mas o caminhoneiro viaja o Paraná inteiro e não pode parar: 70% de tudo que é produzido no Brasil é transportado por rodovia. Até a vacina (contra a Covid-19) e os insumos em algum ponto passam pelo caminhão.”

A Sesa informou que os números e a ordem de vacinação dos grupos prioritários são definidos e enviados aos estados pelo Ministério da Saúde, por isso a pasta não poderia se pronunciar sobre as contestações dos caminhoneiros. A assessoria de imprensa do ministério, por sua vez, não respondeu ao pedido de entrevista feito pela Gazeta do Povo até o fechamento desta reportagem.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.